Sunday, October 24, 2010

Resenha da aula dia 20 de Outubro de 2010

André Lemos retoma a discussão da aula passada, suscitada pelo texto de Martino “Afinal de qual comunicação estamos falando?” e ratifica as distinções entre troca de informações entre agentes não-humanos (grau zero da comunicação) e a comunicação propriamente dita que significa uma troca de consciências.


ENTREVISTA COM O NEUROCIENTISTA ANTÓNIO DAMÁSIO

André Lemos lê alguns trechos de uma entrevista com o neurocientista português António Damásio. Para o entrevistado, a cibernética é a ciência das ciências, pois dá conta das trocas informacionais entre homens e homens, homens e máquinas e entre máquinas e máquinas, como já foi dito, a troca informacional pode ser compreendida como comunicação em um grau zero.

Apesar de as tecnologias terem favorecido o aumento na troca de informações, este fato não significa que a comunicação, no sentido em que estamos falando, tenha aumentado também.

Por ser neurocientista, Damásio retoma a relação (vista também no capítulo 1 do livro Cibercultura de André Lemos) entre córtex cerebral e habilidade técnica, ou seja, a imbricação do homem com a técnica, a qual não deve ser tomada ligeiramente como algo artificial e externo à humanidade.

Segundo Damásio, alguns historiadores estiveram presos à idéia do córtex, mas para ele o mais interessante é pensar no tronco cerebral, parte mais antiga do cérebro e que cria uma ponte entre os organismos que o tem e os que não o tem.

Para Damásio, mais importante que falar de cérebro é, então, falar de consciência, já que ela confere à espécie humana a possibilidade de buscar seu bem-estar. É, dessa forma, que Damásio irá traçar um histórico da evolução da consciência descrevendo e nomeando as várias etapas deste processo:


1) Consciência Nuclear

2) Consciência Autobiográfica

3) Consciência Expandida

4) Consciência de Si


A aparição da linguagem permitiu à comunicação tornar-se mais sofisticada, uma que deixa de seguir princípios unicamente biológicos. Damásio chega a dizer: “A cultura nos liberta da escravidão biológica”.

Depois de falar sobre consciências, Damásio irá tematizar as emoções, as quais, segundo ele, exercem forte poder sobre o nosso processo cognitivo; sem as emoções não haveria desenvolvimento das ciências. Quando perguntado pelo jornalista sobre se uma máquina poderá ser pensante um dia, Damásio responde que uma máquina só poderia ser pensante se nela fossem instauradas emoções como a raiva, a inveja e a felicidade. “Um robô não tem matéria orgânica e isto muda tudo”, disse.

Concluímos então que nada que particulariza a comunicação é encontrada na simples troca informacional.


SOBRE FORMAS E FÓRMULAS – FLUSSER

Flusser tenta responder neste ensaio a seguinte pergunta: Aquilo que nossa consciência não consegue apreender não é real?

Para ele, temos inventado métodos e aparatos que funcionam de modo similar ao sistema nervoso central (SNC), só que de maneira diferente. Além disso, também podemos agora viver em outros mundos. No caso, estamos vivendo no mundo da Comunicação, uma vez que nossa maneira de pensar é altamente influenciada por este meio comunicacional e artificial no qual estamos imersos, afinal não há um sujeito puro, que viva isolado e esteja desprendido de amarras. Estamos amarrados às coisas e também às não-coisas; todos os lugares que ocupamos no mundo estão em processo, entrecortados por fluxos comunicacionais.

Por isso, o que temos hoje é uma complexificação dos lugares e sujeitos, e não um esfacelamento destes. Hoje, nos cabe avaliar como um processo comunicacional interfere na nossa experiência. Heidegger e a idéia de ser-aí (dasein) já apontavam para a capacidade do homem poder ocupar um espaço projetando-o de maneiras distintas.

Vivemos numa tradição que insiste em separar a emoção da razão, no entanto, como apontou Damásio na entrevista lida no início da aula, a emoção é constituinte da maneira como pensamos. O real é uma construção e nosso papel é construído através do discurso. Wittgenstein, por exemplo, dizia que o real é construído pela linguagem.


MATERIALIDADE DOS DISPOSITIVOS

André Lemos pergunta à turma o que é ler um jornal impresso e o que é ler um jornal online. A pergunta visa à discussão entre os alunos sobre as diferentes experiências de leitura. Após algumas pessoas falarem o que pensam acerca de cada uma das leituras e do modo como elas operam isso no cotidiano, André Lemos fala que crê nunca ter lido um jornal online.

Ele começa então a falar de suas experiências com o Kindle, no qual ele pode ter a assinatura de diversos jornais e consegue consumir um produto finalizado (diferente do que ocorre com o online). Os jornais no Kindle são digitais e totalmente offline, não há links (o que inibe a dispersão, característica que muitos consideram prejudicial na leitura online). “Hoje tenho de dedicar um tempo para ler o jornal, assim como fazia antigamente”, comentou o professor.

A sala, de modo geral, é contra os jornais em Page Flip (aqueles que emulam um jornal impresso na internet). André Lemos explica que essa modalidade de leitura vai contra a tônica do dispositivo, do suporte.

Falamos, portanto, de três modalidades de leitura diferenciadas: impresso, internet e Kindle.

Na web, temos uma experiência mais telegráfica; pequenas notícias, pequenos parágrafos. No Kindle, há uma retomada do aprofundamento das matérias, característica do impresso.

Todas essas experiências modificam também a experiência corporal. Para explicitar essa mudança, André Lemos exibiu um vídeo no YouTube que, de forma caricata, mostra a transição da experiência de leitura do papiro para o livro.

A escrita hoje tem sido transformada não com os livros, mas com as telas e a quantidade de tempo que as pessoas têm dedicado à leitura só tem aumentado. Para Kevin Kelly, estamos lendo tela, e ler telas demanda outras habilidades de leitura de outros símbolos, que não só letras. André Lemos pondera essa posição de Kelly.

Hoje temos, sem dúvida, uma leitura mais utilitária que contemplativa. Temos focos atencionais, posturas e dispositivos diferentes e o que interessa é que sejamos cortados por esses diversos curtos-circuitos.

Para concluir o raciocínio e a aula, André Lemos leu trechos do livro francês “Por que ler?”. O livro fala da leitura de literatura a qual tem sua força na fraqueza, nesse exercício de contemplação, que foge do utilitarismo ligeiro.

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Wednesday, October 20, 2010

Resenha da aula sobre ARGs, 31/08 - Grupo 01

Pontos importantes destacados na exposição:

-“Pinheiro (2007) identifica aproximações dos games com algumas habilitações de comunicação social.”. Como ocorre essa aproximação?

Em relação a Relações Públicas:

  • Serious Games: Jogos considerados sérios, pois o principal objetivo não é entreter e sim utiliza-los para treinamento corporativo.

“If you want change the future, first play with it"

Alguns Serious Games famosos:

  • The World Without Oil – Criado no vale do Silício. O objetivo é cumprir todas as funções diárias de uma empresa sem utilizar petróleo. (Microsoft)
  • American Army- Criado pelo exército americano para incentivar os jovens a se alistarem nas Forças Armadas Americanas.
  • Desafio Sebrae – Serious game brasileiro produzido pela Sebrae.
  • Food Force – Desafia os participantes a sobreviverem num mundo pós-apocalíptico com escassez de alimentos

- Referência a Jane McGonigal, criadora do "The World Without Oil", considerada uma das pessoas mais influentes da década.

Em relação ao Jornalismo:

  • News Games: Criados a partir de fatos do noticiário; Não podem ser muito factuais, pois é preciso tempo para o seu desenvolvimento; Atraem jogadores casuais com audiência massiva e regras mais simples; São jogados no PC ou Browser

- Diferença entre jogador casual e "hardcore": O hardcore passa horas jogando, faz parte de um nicho menor, mais trabalhado; já o casual não passa tanto tempo jogando e possui uma audiência mais ampla.

Exemplos de News Games:

  • Corra, Ronaldo Corra - O problema de Ronaldo é ideal, pelo tempo em que essa questão está se desenrolando (no caso, o excesso de peso dele): o jogo consiste em fazê-lo correr, se desviar dos hambúrgueres e dos refrigerantes, bater uma bolinha e enfrentar Crespo, centroavante argentino, que também quer a bola.
  • Steve Jobs x Bill Gates - os dois lutam com sabres de luz Jedi.
  • Obama x Hillary Clinton – Baseado nas eleições de 2008, a ideia era colocar o atual presidente norte-americano lutando contra seus oponentes.
  • O Padre Voador

Em relação a Publicidade e Propaganda

  • Advergames: Síntese de advertisement (anúncio, propaganda, publicidade) e jogo; a partir dos advergames, surgem os ARGs, mais precisamente por volta de 2001, como uma nova variedade desse tipo de game. Os ARGs, ao contrário de outros tipos de jogos, circulam pela internet e pelas mídias sociais.

- Jogos e computação ubíqua

A partir deste momento, ocorre uma retomada histórica de como os games se relacionavam com o espaço público, desde os Arcades, nos anos 70; porém, aos poucos, os jogos foram entrando nas casas das pessoas - foi a substituição do espaço público pelo privado, com o reinado de 20 anos dos videogames. Mas, a partir do século XXI, com o advento dos ARGs, a disputa voltou ao espaço urbano. Isso aconteceu a partir da chegada da computação ubíqua.

Surgida em 1991, por causa do cientista Mark Weiser, que comentou sobre a tecnologia, que iria invadir o ambiente do homem - não apenas a estrutura, mas também os objetos, através de chips. O exemplo mostrado na aula foi o do smartphone, que é mais do que um celular.

Esse fenômeno não é apenas restrito aos computadores, mas também aos motores. Havia, há um século atrás, motores para se triturar um alimento. Grandes estruturas em que o pessoal ficava triturando. Essa geringonça enorme diminuiu de tamanho, diminuiu, diminuiu até entrar num compartimento – que seria o liquidificador. Weiser disse que o computador tem a tendência de seguir o mesmo caminho.

A computação ubíqua vem em oposição ao que nós chamamos de “realidade virtual” –que significa a concentração de pessoas e serviços dentro do computador – pois a computação ubíqua seria exatamente o contrário: o computador está inserido nos objetos. Enquanto a realidade virtual centraliza tudo no computador; a comunicação ubíqua expande.

Retomada dos tipos de computadores anteriores à computação ubíqua:

  • 1ª geração: ENIAC, 1949, computador do exército americano, só fazia cálculos, ocupava um andar inteiro;
  • 2ª geração: PC, década de 80, modelo da Apple, associava diretamente o computador ao usuário.
  • 3ª geração: a computação ubíqua, século XXI, computadores em rede.

- Rápida referência à computação pervasiva: A ideia da computação pervasiva é colocar um chip no dispositivo e aumentar suas funções.

- Qual é a definição de um ARG ou de um jogo que trabalha com a C.U?

São jogos que mesclam o espaço virtual com o ambiente.

  • PacManhattan: pessoas vestidas como os personagens de PacMan fazem um jogo de pega-pega em Manhattan. É o protótipo do que viria a se expandir com as ARGs.
  • Ameaça Epidêmica: Há o boato de que havia um vírus numa faculdade na Europa e as pessoas tinham que achar esse vírus. Elas encontravam o vírus via smartphone, num ponto onde já estava determinado, visualizavam pelo smartphone pela câmera e “pegavam” ele.
  • Can You See Now: jogo londrino, no qual a pessoa corre por um lugar pré-determinado e as pessoas na Internet mandam sua localização para os outros acharem-na.

- O "mantra" do ARG: TINAG, "this is not a game". Não se deve encarar a experiência como se fosse um jogo; a situação não pode ser contada abertamente, tipo “oi, vamos fazer um ARG?”. Faz parte da brincadeira acreditar que os eventos do jogo fazem parte da realidade.

Saturday, October 2, 2010

Resenha da Aula #com104: 28/09 - grupo 07

No primeiro momento da aula, iniciou-se uma discussão, levantada pelo aluno Lucas Albuquerque, sobre uma nova ferramenta do MSN. Segundo ele, foi criada uma espécie de rede, comparável ao Orkut, em que os usuários são inscrito sem autorizarem. Outro aspecto negativo dessa nova ferramenta é que as pessoas de fora da sua "rede de contatos" podem ter acesso ao seu endereço de e-mail e o adicionarem, se assim desejarem. Após a conversa sobre esse tema, que envolveu toda a sala, André Lemos divulgou dois eventos próximos, que ocorrerão em Salvador. Primeiramente o "Lugares de Sociabilidade", que acontecerá no auditório da Facom, entre os dias 13 a 15 de outubro, e posteriormente, o "Arte.Mov", que está disponível no MAM até o dia 2 deste mês. Para maiores informações é só consultar: http://andrelemos.info/

Em um segundo momento da aula, o professor propôs uma discussão sobre a postagem no blog do grupo de Cibervigilância, entitulado "Segurança e direito na rede: o xis da questão". André destacou três aspectos presentes no texto:

  1. Possibilidade de criação de um marco zero regulatório na Internet;


  2. Um projeto de lei sobre proteção de dados que garanta privacidade e certo anonimato na rede. Atualmente estamos expostos à captação de informações pessoais e disponibilização destas sem que nós saibamos;


  3. Segurança no sistema, garantindo que seus dados não sejam roubados.

Após isso, houve uma discussão sobre "Neutralidade na Rede". André Lemos apresentou o tema e explicou algumas coisas. Segundo ele, todo site é neutro, a base da informação tem de ser neutra. É preciso que, ao você pagar um provedor de banda larga, tenha o direito de navegar por qualquer página com a mesma velocidade e sem interferência dos navegadores nisso, "carregando" serviços de forma igualitária.

No último momento da aula houve apresentação do texto de Vilém Flusser, "A Não-coisa 1", pelo grupo 5. Os membros da equipe destacaram os seguintes aspectos do texto:


  1. A diferenciação entre as Coisas e as Não-coisas (informações);


  2. A tendência recente à desmaterialização, em que as Coisas palpáveis estão dando lugar as imateriais;


  3. A crescente preocupação em consumir informação e em pensar experiências em vez de consumir Coisas, ou produzí-las;


  4. A formação de um "novo homem", o Homo Performer, das sensações, e das vivências.

Após esses destaques, a discussão estendeu-se. O aluno Alexandre Wanderley discordou do argumento apresentado no texto pelo autor. Para ele, a maioria das pessoas no mundo continua produzindo Coisas. A partir daí, o professor André Lemos fez alguns comentários e trouxe alguns destaques. Segundo ele:


  1. As Não-coisas estão sempre enraizadas as Coisas. Ao lermos um texto no jornal, nossa relação com aquele texto é diferente de o lermos, por exemplo, em uma tela de computador. Nossa relação com a mensagem (informação), será diferente. A maneira como processamos a informação é muito importante;


  2. Há uma tendência mundial para a chamada economia da informação, em que todas as Coisas são transformadas em bits. Contudo, precisamos materializar novamente a informação para ter acesso a ela;


  3. Vivemos na sociedade do simulacro, da espetacularização de existência. A mídia, para isso, assume papel fundamental. "Só despertamos nosso interesse naquilo que cause sensações";


  4. Os produtores de Coisas estão diminuindo e há uma tendência para os chamados trabalhadores informacionais, o que não significa que deixaremos de produzí-las;


  5. O funcionamento das Não-coisas é diferente do funcionamento das Coisas. Na rede, as Não-coisas não se perdem ao serem consumidas (a menos que sejam totalmente deletadas em todos os locais que estejam disponíveis)


  6. Vivemos atrelados a sistemas complexos (agentes não humanos) e o embricamento com as Não-coisas caracterizam a espécie humana.

Friday, October 1, 2010

Resenha da aula do dia 19 de agosto

Notícias do dia

No início da aula, foram destacadas três notícias que relacionavam-se com a matéria Comunicação e Tecnologia. Foram elas:

a) No Brasil, 96% dos internautas acessam vídeos pela web
A matéria foi publicada ontem, dia 17 de agosto, no Correio* Online. De um modo geral, a reportagem divulga os dados de uma pesquisa, realizada durante o Congresso de Comunicação e Marketing Digital Age 2.0, a respeito do consumo de vídeos na Internet pelos brasileiros. Dentre eles pode-se citar que:
  • A maioria dos vídeos assistidos pelos jovens são de curta duração;
  • O horário de maior acesso à mídia é entre 20h e 1h;
  • Segundo a pesquisa, os homens buscam mais vídeos com conteúdo esportivo e as mulheres, conteúdo de culinária.
A partir disso, a discussão começou a delinear o pano de fundo contido matéria: atualmente constrói-se uma complexidade em torno do consumo do audiovisual. A convergência entre televisão e Internet é prova disso. Ambos os meios passaram a relacionar-se diretamente, por exemplo, quando o Twitter faz referências e é agendado pela programação televisiva; quando os programas televisivos mostram os vídeos mais vistos no Youtube ou quando programas televisivos são disponibilizados integralmente nos sites das emissoras. Expressão máxima dessa convergência midiática é a iniciativa anunciada recentemente pelo Google: o lançamento da Google TV.


b) “A web morreu, vida longa à Internet”
O texto “A web morreu, vida longa à Internet” ( The web dead, long live the Internet), de Chris Anderson, prevê que, com o passar do tempo, as pessoas passarão a utilizar mais os aplicativos do que os sites. Veja mais sobre o texto aqui. Chris Anderson também escreveu “A Cauda Longa” (The long tail), obra que mostra as transformações ocorridas durante a transição do mercado de massa para o mercado de nicho, o qual cresce de forma surpreendente com a Internet.

c) Mudanças nas redes sociais:
Twitter e Orkut incorporam novos itens e aplicativos, aproximando-se, cada vez mais, do Facebook.

Com gancho na última notícia comentada em sala, o primeiro assunto desta aula foram as redes sociais. Antes chamadas “comunidades virtuais, as redes sociais, funcionavam de forma específica e diferente da atual. Pessoas anônimas ou com pseudônimos discutiam temas definidos em uma espécie de chat. Cada um valia, então, por aquilo que dizia e comentava. Aqui, lembramos do texto de Flusser, no livro “O mundo codificado”, que mostra como a desmaterialização se materializa em outro lugar, no caso, as relações sociais que estavam atreladas durante muito tempo ao território geográfico e que assumem novos contornos no ciberespaço.
Com o decorrer do tempo, os antigos servidores do Usenet foram substituídos por empresas que hoje investem em comunidades individualizadas, nas quais as pessoas produzem vídeos, textos, fotos, músicas etc e disponibilizam para seus amigos e é dessa forma que podemos afirmar que a maioria das relações sociais passam a ser norteadas pela rede.
A discussão acerca dessas novas redes sociais, suscitou questionamentos acerca da privacidade do usuário. Ao assinar um termo de compromisso, o usuário deixa todo o conteúdo publicado à disposição das empresas. Evidentemente que há um acordo ético-moral que proíbe o uso indiscriminado dessas informações pelas empresa, mas já é uma realidade os softwares que rastreiam palavras-chave de interesse da publicidade. André Lemos cita as denúncias feitas à empresa Facebook que tem sido alvo de críticas por falhas e excessos cometidos nessa política de privacidade.
Outro tema discutido foi a privacidade na rede. Apesar da exposição crescente que as pessoas fazem de si mesmas na Internet, elas continuam expondo somente aquilo que lhes parece ser mais interessante e conveniente a fim de que consigam estabelecer vínculos sociais. A intersubjetividade é o fundamento de todo ato comunicativo, por isso a preocupação em como se apresentar nesse espaço e em como se construir uma imagem em relação ao outro. Comunicar significa, então, entrar na orquestra. A privacidade, ao contrário do que muitos pensam, é negociada. Por isso, há uma diferença substancial entre o que é voluntariamente dito na Internet e aquilo que é vendido a outras empresas sem que o usuário saiba.

Discussão do texto "O inexistente impacto da tecnologia" de Pierre Lévy

O texto de Pierre Lévy é um alerta contra a visão sócio-determinista e técnico-deterministas explicitadas, por exemplo, pela carta de Unabomber publicada no jornal Folha de São Paulo em 1996. Em “O inexistente impacto da tecnologia”, Lévy considera que a técnica está indissociavelmente atrelada ao ser humano e a tecnologia nada mais é que o fruto das ações deste. O ser humano é o único ser capaz de produzir artefatos simbólicos e técnicos para moldar o ambiente e permitir a sua sobrevivência. Por isso, diferentemente dos outros animais, o homem pode criar instâncias que dominam o espaço e o tempo; tudo isso é possível devido à sua potência comunicativa e ao fato de ele lidar com códigos (fundamento de todo ato comunicacional).
O deslocamento gerador de toda a problemática envolvendo o “impacto” da tecnologia é o princípio norteador do pensamento ocidental: distinção entre sujeito e objeto. Na verdade, não há essa separação entre ambos, afinal nós somos seres híbridos. Devido a este pensamento moderno, estabelecemos uma relação por vezes contraditória com os artefatos e as mídias, em especial e a nossa postura costuma oscilar entre o espanto e o fascínio.
Uma das características que mais exercem fascínio na Internet é a possibilidade única e inédita que ela oferece de de explorar a cauda longa, ou seja, o mercado de nichos que é desprezado pelos meios de comunicação de massa. André Lemos, dá a referência do seu texto “Cibercultura Trash” que explica essa nova configuração do consumo cultural. E se a idéia da Escola de Frankfurt era considerar “lixo” todo produto da indústria cultural massiva, a cibercultura reconfigura uma nova lógica ao disponibilizar tanto os “mais vendidos” quanto o que está na cauda longa do consumo. No entanto, alguns frankfurtinianos não consideram que haja essa reconfiguração e continuam a crer que a Internet segue a mesma lógica da TV e seus “hits”.
E se você já está com pressa de terminar de ler esse post, saia da frente do computador e vá ler os textos de Flusser, afinal temos de achar a medida exata entre o clique generalizado e a contemplação.

Tuesday, September 28, 2010

Resumo da aula - 23/09

No começo da aula, no momento reservado para comentários sobre notícias relacionadas à disciplina Comunicação e Tecnologia, a aluna Fernanda Aragão fez um comentário sobre uma possível falha no Twitter, possivelmente ocasionada pela invasão de crackers – indivíduos mal intencionados que quebram um sistema de segurança de forma ilegal.

Em seguida, o professor André Lemos comentou o conteúdo de alguns blogs dos grupos (os de Cyberbulling, Mídias Sociais, Jornalismo Online e Mídias Móveis). No blog destinado à discussão do cyberbulling, uma postagem sobre um vídeo de uma adolescente que chorava devido ao cancelamento do show de sua banda favorita, e que repercutiu bastante na internet, levou ao questionamento do que pode ou não ser caracterizado como bulling. Marília Moreira perguntou se podemos considerar bulling casos em que são divulgadas informações constrangedoras sobre a vida de artistas. André Lemos respondeu que esses casos não se enquadram na prática, uma vez que o bulling corresponde a uma determinada faixa etária e os artistas são mesmo vulneráveis a esse tipo de comportamento do público e da imprensa.

O blog “Observando mídias sociais” teve destaque com uma postagem que começava com uma brincadeira sobre a tradução do termo post (bilhete) e com outra postagem, essa um pequeno glossário com termos de ferramentas do Twitter. O blog “Fio pra quê” foi comentado devido a uma postagem com uma piada sobre a comunicação sem fio. E encerrando a parte de observação dos blogs, o HTTPauta noticiou a publicação de um relatório com artigos de 42 pensadores, abordando a transição do jornalismo para plataformas digitais. André Lemos elogiou a postagem e sugeriu que os alunos da disciplina leiam o relatório.

André Lemos, motivado pelo questionamento do prof. José Severino, esboça algumas hipóteses sobre o porquê da versão digital do livro “Leite Derramado” (Chico Buarque) ser mais cara que a versão tradicional (capa dura). Ele diz que os usuários dessas novas plataformas de leitura estão dispostos a pagar preços altos para poder utilizar suas ferramentas, já não têm outra opção: ou pagam ou deixam os aparelhos em desuso.

O texto discutido na aula foi “A alavanca contra-ataca”, do livro de Flusser. A discussão sobre o texto enfatizou uma metáfora que consiste em pensar as máquinas como extensão dos órgãos do corpo humano. Também foi discutido o modo humano de estar no mundo, que seria caracterizado por uma construção datada e por um desenvolvimento técnico-científico e não natural. Esse desenvolvimento possibilitou o acontecimento da 3ª Revolução Industrial, ainda em curso, que pode ser caracterizada pelo investimento e crescimento de áreas como a informática, a biotecnologia, a energia nuclear e que vem ocasionando também a migração dos pólos de investimentos (estes já não estão mais centralizados em uma grande potência, mas em países de diferentes partes do globo). Tal revolução também gerou impactos nos meios de comunicação e, como defende Pierre Levy, o ciberespaço seria uma nova civilização. Ocorreram mudanças significativas no campo da comunicação: houve um deslocamento da comunicação interpessoal, do período pré-industrial, para a comunicação massiva, no período industrial, e, atualmente, percebe-se a existência de mídias pós-massivas. Essas mídias são utilizadas, por exemplo, por movimentos emergentes da cultura popular que se apropriam delas para produzir, divulgar e dar visibilidade a conteúdos que não seriam veiculados pela cobertura midiática.

Foram discutidas as principais diferenças entre a comunicação massiva e a comunicação pós-massiva. A primeira exige maior aplicação de recursos financeiros, enquanto a segunda tem menor custo (embora existam os gastos com os suportes tecnológicos). Observou-se também que o papel desempenhado, geralmente, pelas mídias de massa é o de emitir informações, numa via de mão única na qual não há interação com o receptor. Diante disso, percebe-se que a internet desempenha uma função diferente, pois ela possibilita a comunicação em seu sentido real, o de realizar trocas, interações entre consciências. Por isso, a internet permitiria a construção de uma esfera pública no ambiente virtual. São exemplos dessa situação a utilização do Twitter para discussões sobre temas que interessam a coletividade (a política, por exemplo) e a desconstrução da centralidade na figura do líder de opinião (ideia da teoria Two- Step Flow), pois, através da internet, mais pessoas puderam expressar suas opiniões e tornou-se possível ter acesso à opinião de pessoas de diferentes lugares do mundo.

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Thursday, August 26, 2010

BLOGS DOS GRUPOS

Blogs dos Grupos da Disciplina

Grupo 1 – Publicidade Online

Grupo 2 – Cyberbullying

Grupo 3 – Arte Eletronica - Não definido.

Grupo 4 – Mídias Móveis

Grupo 5 – Jornalismo Online

Grupo 6 – Marketing Político

Grupo 7 – Cibervigilância

Grupo 8 – Educação Online

Grupo 9 – Midias Sociais

Grupo 10 - Temática e blog ainda não definidos.

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Tuesday, August 17, 2010

Calendário

Por favor anotem o novo calendário das seguintes aulas:

24/08 – Jornalismo e Mobilidade – Fernando Firmino
31/08 – Games – ARG – Luis Adolfo
09/09 – Games – MMORPG – Thiago Falcao

Programa Disciplina 2010.2

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO

DISCIPLINA: COM 104 - COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIA
Prof. André Lemos
CRÉDITOS: 3.
HORÁRIO: terça e quinta de 7 às 9h.
PERÍODO: 2010.2

EMENTA.

Estudar a relação entre a tecnologia e a comunicação, visando compreender o fenômeno técnico de forma global, ressaltando suas particularidades no âmbito da comunicação e da cultura contemporâneas. Os principais objetivos da disciplina são:

1. Abordar a questão da técnica na constituição e transformação das sociedades e da cultura.
2. Discutir as principais teorias no campo das ciências da comunicação em sua interface com a tecnologia.
3. Traçar um panorama geral dos aspectos comunicacionais, sociais e culturais das novas tecnologias de comunicação.

AVALIAÇÃO.

A turma será dividida em grupos de 5 alunos. Cada grupo criará um blog temático. O curso terá como avaliação:

1.O trabalho final do grupo sob formato acadêmico ou jornalístico + a media das provas individuais (80% da nota) e;
2.A avaliação de seminários temáticos e o conteúdo dos blogs (20% da nota).

Cada aluno será avaliado por duas provas individuais.

PROGRAMA DE AULAS. PROVISÓRIO

PRIMEIRA UNIDADE - TÉCNICA E TECNOLOGIA

12/08 - Apresentação da Disciplina. Lévy, O inexistente impacto da tecnologia
17/08 - História e Filosofia da Técnica (André Lemos), capitulos 1 e 2.
19/08 – Flusser e Bougnoux. Qual determinismo tecnológico?
24/08 – Não há aula – CNPQ – Convidado?
26/08 - Seminário Temático - Características da Técnica Moderna (Discussão cap. 2, Ellul)
31/08 – Não há aula – Evento UFRJ – Convidado?
02/09 - Técnica e Tecnologia II – Aula expositiva. Seminário Temático –Flusser,
09/09 – Cirurgia (Não há Aula). – Convidado?
14/09 - Globalização, Comunicação e Tecnologia – Surplus.

SEGUNDA UNIDADE – TECNOLOGIA E TEORIAS DA COMUNICAÇÃO

21/09 – Não há aula - Mobilefest – SP - Jornalismo e Mobilidade (Firmino)
23/09 - Campo da Comunicacão (Martino/Luhmann).
28/09 – Teorias da Comunicação
30/09 – Teorias da Comunicação
05/10 – Seminário Temático – Martino - Luhman
07/10 – Flusser – O que é comunicação.
12/10 - Teorias da Comunicação e Tecnologia.
14/10 - Seminário Temático - Escola de Frankfurt (Rudiger)
19/10 – Prova 1.

TERCEIRA UNIDADE – CIBERCULTURA - NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO

21/10 – Cibercultura
26/10 – Cibercultura. Comunicação e Novas Tecnologias – Lemos, Lévy (15 PONTOS)
28/10 - Sociedade da Informação.
04/11 – Flusser – O mundo codificado
09/11 – Seminário Temático – Martin-Barbero e Orozco Gomez
11/11 - Redes sociais.
16/11 – Seminário Temático - Pierre Musso. Ciberespaço lógica reticular
18/11 – Seminário Temático Geral
23/11– Não há aula – CNPq - Convidado?
25/11 – Não há aula – CNPq - Convidado?
30/11 – Interface e Interatividade
02/12 - Seminário Temático – Paradoxos da Teleinformática - Weissberg
07/12 - Real e Virtual
09/12 - Prova 2.

ÚLTIMO DIA DE AULA – 9/12
PROVA FINAL – 16 / 12

BIBLIOGRAFIA BÁSICA.

Amaral, A., Montardo, S., Recuero, R. Blogs.com. Estudos sobre blogs e comunicação., SP, Momento Editorial, 2009.
Antoun, H. (org)., Web 2.0. Participação e vigilância na era da comuniocação distribuída., RJ, Mauad X, 2008.
Bennaton, J., O que é cibernética., Brasiliense, 1986.
Bougnoux, D., Introdução as Ciências da Informação e da Comunicação., R.J., Vozes, 1994.
Cardoso, G., Por uma Sociologia do Ciberespaço., Oieras, Celta Editora, 1998.
Castells, M., The Rise of the network society., Vol.1., Blackwell, 1996.
Ellul, J. A Técnica e o Desafio do Século., RJ, Paz e Terra, 1968.
Ferreira, G., Martino, L., Teorias da Comunicação. Salvador, Edufba., 2007.
Flusser, V., O Mundo Codificado, SP. Cosac Naif, 2009
Galimberti, U., Psiche e Techne. O homemm na idade da técnica., SP. Paulus, 2006.
Hohlfeldt, A., (et alli.). Teorias da Comunicação., Vozes, 2001.
Jenkins, H., Cultura da Convergência, RJ. Aleph, 2009.
Johnson, S., Cultura da Interface. RJ, Zahar, 2001.
Lemos, A. Lévy, P. O futuro da Internet., SP, Paulus, 2010.
Lemos, A. Cunha, P., Olhares sobre a Cibercultura., Porto Alegre., Sulina, 2000.
Lemos, A., Cibercultura. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea., Porto Alegre., Sulina, 2002.
Lemos, A., Josgrilberg, F., Comunicação e Mobilidade. Salvador, Edufba, 2009
Lévy, P., Tecnologias da Inteligência., R.J., Ed. 34, 1994.
Lévy, P., O que é o virtual, RJ, ed. 34, 1997.
Luhmann, N., A improbabilidade da Comunicação., Passagens, Lisboa, 2001.
Marcondes Filho., C. Até que ponto de fato nos comunicamos?. SP, ed. Paulus, 2004.
Mattelart, A., Histoire des Théories de la Communication., Paris, La découverte, 1995.
Mattelart, A., História da Sociedade da Informação., SP. Loyola, 2002.
Moraes, D., Sociedade Midiatizada, RJ, Mauad, 2006.
Parente, A., Imagem-Máquina. A Era das Tecnologias do Virtual., Editora 34, RJ, 1996.
Primo, A., Oliveira, A.C., Nascimento, G.C., Ronsini, V. M., Comunicação e Interações., Porto Alegre, Sulina, 2008.
Recuero, R., Redes Sociais na Internet., Porto Alegre, Sulina, 2009.
Roszak, T., O Culto da Informação., SP, Brasiliense, 1985.
Santaella, L., Arantes, P. Estéticas Tecnológicas., Sp, EDUC, 2008.
Sennett, R., O Artífice, RJ/SP., Record, 2009
Wertheim, M., Uma História do Espaço de Dante à internet., RJ., Zahar., 2001.
Wiener, N., Cibernética e Sociedade., Cultrix, 1973.
Wolf, M., Teorias das Comunicações de Massa., SP. Martins Fontes, 2005.

Saturday, April 3, 2010

Calendário das Próximas Aulas

Próximas aulas:

06/04 – Games e Mobilidade (Luiz Adolfo)
08/04 – Jornalismos e Internet (Firmino)
13/04 – não há aula
15/04 – não há aula

Avisem aos colegas.

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Monday, March 29, 2010

Grupos Temáticos - Com 104 - 2010

Esse ano estamos experimentando um novo formato da disciplina.

Os alunos trabalham em grupo e cada grupo discute, ao longo do semestre, uma temática específica. Essa discussão se dá não mais nesse blog coletivo, mas nos blogs dos respectivos grupos criados para esse fim. Assim, elenco abaixo as temáticas e os blogs dos grupos de trabalho. As atualizações dos blogs podem ser acompanhadas pelo Twitter, pela hashtag #com104

Grupos Temáticos.

Ciberarte - http://ciberartis.blogspot.com/

Cidade Digital - http://urbisdigitalis.blogspot.com/

Cyberbullying - http://discutindociberbullying.blogspot.com/

Games - http://startingame.wordpress.com/

Inclusão Digital - http://www.infoincluso.blogspot.com/

Jornalismo Online - http://furonarede.blogspot.com/

Música e Cibercultura - http://cyber-sons.blogspot.com/

Publicidade e Marketing Digitais - http://pubdigitall.blogspot.com/

Redes Sociais - http://sociedadesvirtuais4.blogspot.com/

Tecnologias e Mobilidade - http://tec-movel.blogspot.com/

Vigilância - http://ciberpanoptico.blogspot.com/

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Friday, March 26, 2010

O Futuro do Twitter


Desde a popularização e disseminação do twitter pelo mundo, sempre fazemos a mesma pergunta: Qual a ferramenta que os fundadores do microblog irão utilizar para gerar receita? Sem dúvida a resposta é a publicidade digital. Mas qual será o modelo utilizado e se, interferirá de alguma forma na relação dos usuários com o serviço de microblog, é a questão da vez. Em entrevista à Tv Americana (Via Uol tecnologia), Biz Stone, co-fundador do twitter, declarou que o modelo para geração de receitas no microblog poderá entrar em vigor ainda esse mês. O jeito agora, é esperar e continuar especulando sobre as ferramentas de publicidade que serão utilizadas, não prejudicando usabilidade do serviço como também, a própria interface gráfica do twitter (atualmente a mais "limpa" das redes sociais on-line).

Wednesday, December 9, 2009

MEDIAS FINAIS

Prezados (as) Alunos (as).

Segue abaixo a média final dos grupos, indicando aqueles que irão para a prova final.

A PROVA FINAL SERÁ NO DIA 15 ÀS 9H NO LOCAL DA AULA.

ASSUNTO - Todo o conteúdo da disciplina e os textos debatidos em sala de aula.

A média final assim determinada:

1a. nota - média simples da soma da nota do trabalho final e da memória (peso 8).
2a. nota - participação no blog com postagens voluntárias e as resenhas solicitadas (peso 2).

Média Final - Média ponderada das notas 1 e 2.

RESULTADO FINAL

GRUPO 1.1 - 6,5 - PROVA FINAL
GRUPO 1.2 - 4,6 - PROVA FINAL
GRUPO 2 - 9,2
GRUPO 3 - 8,5
GRUPO 4 - 8,6
GRUPO 5 - 7,7
GRUPO 6 - 7,9
GRUPO 7 - 9,6
GRUPO 8 - 9,4
GRUPO 9 - 8,4
GRUPO 10 - 7,8

Os alunos que não submeteram trabalhos e não participaram do blog da disciplina estão reprovados (alunos que não estão em nenhum dos grupos acima arrolados).

BOA PROVA E BOAS FÉRIAS!

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Monday, December 7, 2009

JORNALISMO NA ERA DAS NOVAS MÍDIAS

O jornalismo tem passado por muitas transformações nos dias de hoje. O modo de produzir, editar e difundir/exibir a notícia mudou a partir da introdução de novas tecnologias no cotidiano do jornalista. São exemplos delas a câmera digital portátil, o celular e o netbook. Estes novos meios, aliados à conexão com a internet, possibilitam que o repórter produza, edite e transmita uma matéria em mobilidade. A notícia ficou mais rápida e acessível, e o jornalista hoje deve ser um profissional multitarefa, sabendo operar os diversos dispositivos comunicacionais. Muitos não sentem necessidade sequer de trabalhar numa redação “física” e fechada, produzindo a notícia de onde ela ocorre e quando ela ocorre, fazendo uso, inclusive, de algumas mídias sociais na web para informar seus leitores. As vantagens deste novo paradigma são a mobilidade, a rapidez e a facilidade, por exemplo, na edição da notícia. Mas ele também acarreta numa desvantagem perigosa: o jornalista multitarefa muitas vezes tem a necessidade de realizar mais de um trabalho ao mesmo tempo, como filmar uma cena com o celular e escrever a matéria no netbook, o que provavelmente acarreta numa perda de qualidade da matéria de da sensibilidade jornalística. A respeito disso, Fernando Firmino da Silva escreve:

As conexões sem fio e os dispositivos móveis disponíveis atualmente atendem de forma plena a essa estrutura de produção jornalística móvel. Denomino essa estrutura de ambiente móvel de produção, por se caracterizar pela interface entre o espaço urbano e o espaço virtual a partir da conexão permanente (online) com o ciberespaço. Essas condições favorecem a exploração de bancos de dados visando a apuração, a construção de reportagem e a edição de material jornalístico em mobilidade. [...]

Outras questões relativas a esse processo que se desenvolve na combinação jornalismo, tecnologias móveis e mobilidade é o impacto sobre as rotinas produtivas dos jornalistas. Há uma nítida convergência de funções. A pauta, a foto, a pesquisa, a edição e publicação da notícia pode se concentrar num único profissional: o repórter móvel, que agora absorve uma série de atividades que antes (ou ainda) se distribuía entre pauteiros, fotógrafos, editores. Outro aspecto é que o dead line desaparece. A noção do tempo para o fechamento da matéria é o tempo real. Alterações nas rotinas produtivas, convergências de funções jornalísticas, adoção do tempo real como dead line são questões que devem ser mais bem estudadas nesse novo âmbito, pois se referem à qualidade da notícia produzida (se melhora ou piora), à qualidade de vida do profissional (se o nível de estresse aumenta ou diminui) e, principalmente, ao perfil de um novo profissional de jornalismo que lida com alta tecnologia móvel digital, novos processos de produção e uma forma diferente de percepção do espaço e do tempo.

Este projeto, em vídeo, pretende abordar esse tema, trazendo informações a respeito do jornalismo móvel e as novas mídias, com entrevistas feitas a jornalistas, estudiosos e usuários das novas tecnologias de comunicação. O vídeo aborda o modo como os dispositivos atuais mudaram a maneira de fazer jornalismo de se comunicar com outras pessoas, além da questão crucial da web 2.0, onde qualquer um pode ser produtor e difusor de informação, com baixo custo e conexão com a internet.

Para ilustrar esta situação, fizemos um vídeo para o trabalho final da matéria.

Grupo 10.

Games: comunicação, extensão e pontencialização da vida!

WWW.JOGOELETRONICO.WORDPRESS.COM

Nessa grande reportagem (com vídeos, fotos, textos, links e downloads) investigamos o universo de relações sociais dos games.

O jogo eletrônico não somente é um novo meio de comunicação ou espaço social, ele também profissionalizou jogadores (tornande-se mundo do trabalho para estes), é espaço de catarse e ambiente para promover educação formal.

Assista vídeo sobre uma LanHouse na periferia da cidade, vídeo com pesquisadores especialistas e confira entrevistas:
-com um avatar
-com uma psicóloga
-frequentadores de uma LanHouse de classe a

WWW.JOGOELETRONICO.WORDPRESS.COM

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Sunday, December 6, 2009

Idosos e as novas tecnologias

A população brasileira está envelhecendo cada vez mais. A terceira idade apresenta-se agora como uma parcela atuante da sociedade. Para atender as necessidades desse público, surgem as Universidades para a terceira idade. Em Salvador, um dos exemplos é a Uati (Universidade Aberta à Terceira Idade) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
Através da disciplina Oficina de informática, a Uati possibilita aos alunos da terceira idade uma aproximação com o computador e com a internet. Através destas aulas, idosos que antes não tinham nenhum contato com o computador passam a interagir no mundo web e ao ter novas perspectivas. O acesso cada vez maior deles na internet faz com que a sociabilidade entre eles aumente. Ao mandar e receber e-mails, eles entram em contato com parentes e amigos que anteriormente eles não conseguiam falar.
As limitações físicas (problemas visuais, físicos e etc.) dos idosos não limitam o seu acesso na internet. Embora a quantidade de tempo disposto na frente do computador não seja muito grande, na maioria das vezes não ultrapassa uma hora, eles mostram vontade em estar conectado com o mundo. A atualização com as notícias, o conato com parentes é o que mais atrai a terceira idade para o uso da internet. Eles querem saber dos acontecimentos atuais e desejam também participar das novidades para não ficarem para trás. O discurso dos alunos da Uati gira muito em torno da importância desta constante atualização para própria auto-estima. Conectados a internet, os idosos se sentem inserido neste mundo complexo e permeado pelas novas tecnologias.
O resultado do nosso trabalho foi a produção de um vídeo. Confira!!

Grupo 4

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Reflexões - Parte II

Aproveitando um pouco as férias por antecipação (já que ainda não tivemos notas tanto nesta quanto nas demais disciplinas), andei olhando anotações antigas e os livros que gosto e, em certo sentido, sinto-me flanando em minhas próprias memórias, tanto de quando li tais livros ou trechos, quanto do que eles me fizeram pensar. Afirmo que passear pelas memórias através de coisas materiais é flanar porque essa experiência não é uma mera repetição daquela de outrora. Vejo sempre algo mais, uma coisa nova revestida por um ângulo que, na época do ocorrido, não era capaz de ver. E este princípio filosófico de tão simplório (que vem de Heráclito, fundador da dialética) a mim mais parece revelador.

Ao deparar-me com a frase "A explicação é um erro bem-vestido", do escritor argentino Julio Cortázar, lembrei-me de quando li o livro que a contém - "O Jogo da Amarelinha", clássico (moderno) desse autor. Àquela época, esperava ainda o início das aulas do primeiro semestre da FACOM e tudo o que sabia de comunicação era relativo (mas eu não fazia idéia disso) à teoria matemática da comunicação. Emissor, receptor, canal, ruído - são esses os conceitos e a idéia de comunicação que temos (quando temos) no ensino médio brasileiro. Logo no primeiro semestre, uma revelação: o erro faz parte. A explicação, ora! é um erro bem vestido. Não há ruído entre seres humanos, porque a idéia de ruído supõe que a comunicação prevaleça ou deva prevalecer - o que não acontece. Você tenta se fazer entender, mas aquilo parte de uma sucessão de incompreensões e diferenças, como lembrei, no meu último post, através de um texto de Philip Roth. Mas a isso ainda persistem uma série de dúvidas, como acredito que esteja perceptível ainda nesse texto.

E por que escrevo tudo isto, se ainda não encontrei caminhos naquelas mesmas dúvidas? Encontrei hoje outro trecho de Julio Cortázar, do mesmo livro. Não consigo me lembrar por que separei esse trecho, em especial, mas encontrá-lo complementa aquelas idéias anteriores:

"Você fala de nos entendermos, mas no fundo se dá conta de que eu também gostaria de me entender com você, e você quer dizer muito mais do que a sua própria pessoa. Conformamo-nos com muito pouco. Quando os amigos se entendem bem entre si, quando os amantes se entendem bem entre si, quando as famílias se entendem bem entre si, então acreditamos estar em harmonia. Engano puro, espelho para cotovias. Às vezes sinto que entre dois seres que quebram a cara um do outro com bofetões há muito mais entendimento do que entre os que estão olhando de fora."

O texto remete a algumas coisas interessantes, como a certeza mútua que deveríamos ter de que buscamos nos entender. Não estou certo de que estejamos conscientes dessa busca coletiva, mas talvez "no fundo" nos demos conta disto. E por que não temos essa convicção completa? Por que não conseguimos nos entender? "Contentamo-nos com muito pouco". Contentamo-nos com um entendimento superficial das coisas, na maioria das vezes. Contentamo-nos, muitas vezes, com uma explicação hermética dada por professores. Contentamo-nos com a passividade de uma aula explicativa (e a explicação, mais um vez, seria um erro bem-vestido, desses muito elegantes), sem, no fundo, buscar entender ao fundo o que é aquilo. É a isso que, no meio acadêmico, entendo por harmonia e vejo, particularmente, de forma negativa. E, no entanto, confesso: não é à toa que coloco esse texto no plural ("contentamo-nos")...

Pesa o fato de que, para a comunicação em seu estágio mais amplo, a harmonia não ajuda em nada. É o choque, o conflito: isso que buscamos. É por isso que entre dois que discutem há mais entendimento que entre os passivos. É por isso que as coisas deveriam ser ditas, tanto em família, quanto entre amantes ou... na sala de aula.

Porém, mais uma vez, prevalece, para mim, o "ir vivendo do jeito que der", de Philip Roth. Não somos perfeitos. Não conseguimos fazer o que queremos, muito menos aquilo que esperam de nós. E todo esse discurso que aqui me parece quase uma auto-ajuda, um discurso fajuto como Paulo Coelho e companhia, só serve para dizer o seguinte: mal ou bem, vamos vivendo nessa faculdade, tentando entender as matérias e cumprir o esperado. Bem ou mal, chegamos até aqui e a maioria provavelmente passará sem sobressaltos esse estágio...

Mas tudo isso não passa, afinal, de um erro bem-vestido. Sufocado em palavras de uma pessoa feita de palavras (como todas as outras). Enfim, isso tudo é só um adeus. À disciplina, mas não àquelas dúvidas, não à reflexão.


Grupo 8

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