Friday, December 4, 2009

Existe uma dimensão estética nos jogos eletrônicos digitais contemporâneos?*

*Este texto foi postado originalmente no blog http://www.comtecjogos.blogspot.com/ dos estudantes do grupo 9 sobre os vídeos games (vale a pena conferir no link!) e é um resumo do artigo acadêmico “Arte e jogos eletrônicos: Uma introdução ao conceito de estética aplicado ao jogar digital”, de autoria de Fabrizio Augusto POLTRONIERI, doutorando em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e professor no curso de Design de Games da Universidade Anhembi Morumbi.
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O artigo de Fabrizio Augusto POLTRONIERI, doutorando em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e professor no curso de Design de Games da Universidade Anhembi Morumbi, cujo título é “Arte e jogos eletrônicos: Uma introdução ao conceito de estética aplicado ao jogar digital” tece comentários acerca da dimensão plástica e narrativa do vídeos games eletrônicos digitais modernos. Segundo o autor, há uma intricada e complexa estrutura subjacente aos jogos que poderiam ser melhor compreendida se se aplicar os pensamentos desenvolvidos dentro do campo acadêmico da estética ou filosofia das artes. Assim: “Enquanto tais segmentos de pesquisa avançam na tentativa de conceder legibilidade aos intrincados e contemporâneos fenômenos que são representados pelos jogos digitais, as pesquisas sobre o valor estético destes ainda encontram-se no terreno do senso comum.” Constituir-se-ão, então, os jogos eletrônicos, os vídeos games, em novas formas de arte contemporâneas? Para POLTRONIERI, sim! E quais seriam, dessa forma, as características em comum existentes entre a arte e os games atuais que levam o autor citado a pensar em uma possível relação entre esses dois elementos presentes nas sociedades contemporâneas? Para ele, assim como a arte, os jogos eletrônicos constituem novas linguagens, novas formas de narrar pós-moderna, criadora de realidades ficcionais. Ou, nas palavras do próprio autor: “Entretanto, por ser linguagem (os jogos, a arte, grifo nosso) já há um afastamento inexorável, que deve ser percebido, do real.” A partir daí POLTRONIERI traça uma caminhada genealógica ou histórica através da evolução e desenvolvimento do pensamento acerca das artes, da estética, e da relação que há entre eles elementos e as sociedades humanas. Assim, ele afirma que uma questão urgente sobre a qual os pesquisadores em comunicação social, particularmente aqueles que focam na tecnologia, devem debruçar-se é aquela da tentativa de apontar alguns caminhos para futuras teorias a respeito de uma possível estética dos jogos digitais. Para POLTRONIERI, os games seriam arte porque informam, no sentido utilizado por FLUSSER, o mundo, criando realidades, da mesma maneira que a arte age sobre a sociedade para Aristóteles. Ou, segundo o autor por ele mesmo: “Observamos que a linguagem não determina o real, não podendo, por conseqüência lógica, dar forma a algo que não seja apenas ficção, como a arte ou os jogos digitais.” Além, os jogos eletrônicos, a exemplo da obra de arte, também proporcionaria a experiência do sublime, como afirma Kant para a arte? De que maneira os vídeos games imitam a realidade (mímesis)? Seguindo no intuito de traçar o percurso histórico do pensamento filosófico acerca do conceito de estética, o autor traça um apanhado geral do desenvolvimento do pensamento estético clássico na antiga Grécia, citando Aristóteles, Platão, etc. e alguns das suas idéias principais (mímesis, simulacro, imitação, mundo real versus mundo ideal, verossimilhança, entre outros) e seguindo a evolução desse pensamento passando pela Era moderna (Kant, Schopenhauer) até a contemporaneidade. Depois, o autor ainda afirma, com base nos autores que lhe servem de referência bibliográfica (cf. artigo), que os conceitos de arte e técnica já nasceram juntos derivados da antiga noção grega de tékne. Por fim, POLTRONIERI finaliza seu artigo ressaltando a emergência de se pensar atualmente acerca da dimensão de uma estética dos jogos digitais tal como se faz para o campo das belas artes nas academias universitárias.

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