Wednesday, March 18, 2009

Resenha da aula - Comunicação e Tecnologia 17/03/09

A aula teve início com a discussão sobre o fechamento, por força judicial e por ação da APCM (Associação Antipirataria Cinema e Música), da comunidade virtual que “fornecia” links para baixar musicas na internet. Essa noticia levou a discussão sobre as questões dos direitos autorais, dos limites deste em relação a circulação de idéias e bens culturais, além da constatação da crise evidente do sistema de copyright. Sobre esse assunto o professor sugeriu a leitura do livro “Free Culture” de L.Lessing. CLIQUE AQUI PARA VER A MATÉRIA DA FOLHA ONLINE.

Após isso, retomou-se a discussão sobre a dimensão etnozoologica da tekhné, inspirada na teoria da evolução de Bergson, que fala da história da técnica aliada ao desenvolvimento da espécie humana. Vimos que a partir da corticalização do homem, do posicionamento ereto e com a liberdade das mãos, juntamente com a formação do pensamento mítico religioso forma-se o home sapiens. Como conseqüência de certa exteriorização (a criação de objetos e de técnicas primitivas), tem-se o surgimento da fala, como mais uma etapa da evolução humana.

Assim têm-se os dois fatores que demarcam a diferença decisiva do homem em relação aos outros animais: a técnica e a comunicação - que se expressam no ser humano de maneira progressiva e acumulativa, diferentemente dos outros animais.

Neste ponto Lemos vai apontar para duas dimensões da produção artificiosa do homem: uma que estaria num sentido vertical, que seria a dimensão temporal e a outra no sentido horizontal, a dimensão espacial.

A produção artificiosa do mundo pelo homem inicia-se primeiramente no embate com a natureza, através da tentativa e erro - quando a técnica é ainda considerada primitiva - depois, a partir de uma cientificização da técnica - onde nasce a tecnologia - e onde emerge também uma relação de dominação do homem sobre a natureza.

A partir da observação desta relação, Heidegger constata que o ser humano é “estranho” a natureza e precisa transformar para habitar. No entanto ele demonstra como a partir do século XVI, o surgimento da ciência e do racionalismo demarca a mudança das técnicas primitivas para a técnica moderna e através de uma dessacralização da natureza o que a torna objeto de exploração. Marcando o deslocamento de uma estrutura onto-teológica (ordem divina) para uma estrutura onto-antrotológica (razão científica).

A perseguição da humanidade é dividida em três áreas: Artifício, Informação e Liberdade de movimento informacional e físico. É dessa observação que Heidegger vai criar o conceito de Gestell através do qual ele aponta para o perigo (destino) que ele visualizava na análise das tecnologias modernas, com o comportamento provocativo assumido pelo homem em relação a natureza.

Já Simondon, outro pensador da história da técnica, em seu livro “O Modo de Existência dos Objetos Técnicos”, vai dizer que o perigo está em pensar a técnica como alheia a sociedade, dando a ela um caráter autônomo e isolado da vida social e da história do homem. Simondon vem dizer que a técnica deve ser pensada como parte integrante da nossa cultura.

Depois o professor fez a leitura de um texto de Milton Vargas, onde ele apresenta a evolução da técnica.

Em seguida, tivemos a apresentação do grupo sobre o texto de André Lemos, que iniciou-se com uma explicação introdutória do livro e de sua tese central, que pretende mostrar a cibercultura como produto da sociabilidade contemporânea aliada às novas tecnologias, mostrando importância de se perceber a profundidade da ligação entre a cultura e a tecnologia.

Aprofundando no texto, foram expostas, novamente, as definições de tekhnè (o saber fazer prático), phusis (princípio de geração das coisas naturais) e poièsis (processo de vir a ser). Foi colocado, juntamente com esses conceitos-chave, o pensamento da corrente grega que influencia a visão sobre a tecnologia até os dias de hoje. Esta corrente coloca em oposição, a partir de Platão, a teckné e o saber teórico; e com Aristóteles o primeiro conceito é subjugado em relação ao segundo - um modelo que marca a visão sobre a técnica até os dias atuais.

A perspectiva etnozoológica é novamente colocada em pauta.

E por fim, com a ajuda do professor, fez-se uma breve explanação das teorias de Simmondon (a teoria genealógica) sobre a gênese da técnica. Esta teoria descreve um primeiro momento da existência do homem no mundo, o qual ele chama de fase mágica, caracterizada como pré técnica e pré religiosa, onde não há distinção entre sujeito e objeto. A evolução desta, desencadearia uma bifurcação a partir da distinção entre figura (objeto) e fundo (religiosidade). A evolução da figura e dos objetos desencadeou a criação da técnica e da ciência, enquanto o fundo propiciou a criação das religiões e da ética. Para Simondon a ESTÉTICA é aquilo que efetua as formas de convergência desses dois modos surgidos a partir da fase mágica.

Abaixo segue um vídeo, produzido por alunos Colégio Greção, que a equipe exibirá na próxima aula, para aqueles que não consigam ver aqui.

O vídeo mostra como a técnica desempenha um papel fundamental na formação do homem. A evolução da técnica que influencia a evolução da espécie.

O mesmo grupo continuará a discussão na próxima aula, fechando com os conceitos ainda não discutidos.





>Postado pelo GRUPO 2: Maurício Lídio, Mirnah Leite, Viviane Vergasta, Jamile Santos e Juscimar Coutinho.


Labels: , , , , ,

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home