Marketing de guerrilha e o Bluetooth
Participei de um evento no ano passado em que uma das estratégias utilizadas para atrair o público foi o marketing de guerrilha. A estratégia usada pela agência foi o envio de mensagens pelo Bluetooth dos celulares, mas antes de contar toda a história vou fazer uma breve explicação sobre marketing de guerrilha.
Uma das principais características do marketing de guerrilha é o baixo custo em relação à propaganda tradicional. Através de ações criativas e de alto impacto atreladas às novas tecnologias é possível divulgar de forma bastante eficiente uma empresa, produto ou evento para um público massivo ou dirigido.
O surgimento dessa técnica de propaganda, na década de 80, está relacionado à necessidade de atender os pequenos empresários, que também precisavam expor seus produtos e serviços como as grandes corporações, mas não tinham como investir em campanhas que envolviam altos gastos. Outro aspecto que favoreceu o surgimento do marketing de guerrilha foi o fato de a propaganda tradicional estar perdendo credibilidade e saturando os seus consumidores. Os principais autores do marketing de guerrilha são Al Ries, Jack Trout e Jay Conrad Levinson.
São várias as estratégias usadas pelas agências no marketing de guerrilha: em Nova Iorque espalharam milhares de carteiras pela cidade, mas dentro delas havia um cartão com endereço de um site criado para receber doações para instituições de caridade; a distribuição de brindes em locais freqüentados pelo público alvo também pode ser outra estratégia.
A minha experiência com o marketing de guerrilha envolve uma apropriação de um dispositivo, o Bluetooth, por parte de uma agência para fazer propaganda direta. Passeava pelo Salvador Shopping com o Bluetooth do meu celular ligado quando recebi uma mensagem sobre um evento que estava para acontecer em alguns minutos na Livraria Saraiva. Assim como eu, muitas pessoas receberam a mensagem e apareceram no espaço da livraria.
Associando essa situação ao texto de Giovando Ferreira, A técnica nos estudos da comunicação: sob a égide do determinismo e da negociação, quando ele diz que uma nova invenção deve passar por diversos níveis até a negociação com os usuários temos:
1. Quadro demonstrativo - aquele que justifica a invenção de uma nova tecnologia
A tecnologia Bluetooth surgiu com o objetivo de abolir os fios e cabos com baixo consumo e baixo custo.
2. Quadro de utilização – aquele que irá associar a nova invenção com objetos próximos. Esta característica é bem debatida no texto de Ellul, A caracterologia da técnica, na questão do autocrescimento, as técnicas estão ligadas uma as outras; ou seja, uma nova invenção puxa outras.
Objetos que normalmente precisam se comunicar com outros através de fios e cabos como: impressoras, fones de ouvido, notebooks, câmeras digitais, celulares, entre outros; recebem a nova tecnologia em substituição a antiga.
3. Novos quadros de utilização – as expectativas do público precisam ser atendidas
4. Outras etapas no interior do grande público
Usos que não devem ter sido pensados na origem desta tecnologia podem ser feitos, como no caso da utilização do Bluetooth no marketing de guerrilha. Isso faz parte do processo de estabilização de uma nova invenção na sociedade.
Grupo 6
Labels: bluetooth, Giovandro Ferreira, Marketing de guerrilha
3 Comments:
Desconhecia esse marketing por Bluetooth. Com a popularização de aparelhos com a função, realmente pode se tornar uma maneira para empresas chamar clientes. Mas será que existirá propagandas em excesso, os nossos atuais spams de e-mail?
Fiquei realmente curioso com isso. Como funciona?
Quando tentam enviar alguma coisa para mim via Bluetooth, vejo a mensagem questionando se desejo receber tal arquivo. Somente recebo se autorizar o recebimento.
Neste caso, a mensagem é direcionada sem a aceitação do receptor? É invasão explícita?
Ou seja, se estou com o Bluetooth ligado é porque quero receber arquivos?
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