Monday, June 15, 2009

Resenha da aula do dia 09/06

Com o objetivo de discutir as novas configurações sociais surgidas a partir da relação entre as novas tecnologias e a cultura na pós-modernidade, Marcello Medeiros apresentou as principais idéias do artigo Cibercultura Remix, escrito pelo professor André Lemos em 2005 e apresentado no seminário “Sentidos e Processos”.

Antes de iniciar sua análise sobre o artigo, Medeiros retomou alguns conceitos básicos discutidos na disciplina ao longo do semestre. O primeiro deles foi o de cibercultura, que segundo o próprio autor é a “relação entre as tecnologias informacionais de comunicação e informação e a cultura, emergentes a partir da convergência informática / telecomunicações”. Para Lemos, o conceito de cibercultura está vinculado à recombinação e esta é resultado da soma das suas três “leis fundadoras”: liberação do pólo de emissão; conexão em rede; e reconfiguração das mídias e práticas sociais.

Medeiros desenvolveu sua aula a partir destas três “leis” aplicadas em quatro produtos contidos no artigo de Lemos: podcasts, blogs, as redes P2P e o software livre. Antes, porém, ele retomou outros conceitos básicos, como o de telemática, que é a junção entre a informática e a telecomunicação, e pode ser exemplificada pela Internet, onde diversas vozes e discursos se manifestam em oposição à histórica edição de conteúdos pelos mass medias. Quando isto acontece, há uma liberação do pólo de emissão, que é considerada a primeira lei da cibercultura.. A 2ª lei é o princípio da conectividade generalizada, que diz respeito à distribuição de informação via rede telemática.

A 3ª lei trata da reconfiguração dos meios e das estruturas sociais a partir das relação entre sociedade e as novas tecnologias. É necessário ressaltar que a reconfiguração de um meio tradicional não significa o seu fim, mas a sua readaptação num novo contexto, visto que cada produto tem público e demandas diferenciadas.

O primeiro produto da cibercultura analisado por Medeiros foi o podcast. Através desta ferramenta, o ouvinte pode ser também o produtor de conteúdos sonoros (1ª lei), difundir este conteúdo pela rede via RSS (2ª lei), e provocar uma reconfiguração nas mídias tradicionais como o rádio, ou até mesmo mudar os hábitos dos ouvintes-produtores (3ª lei). O portal Globo.com, por exemplo, tem uma Central de Podcast onde disponibiliza diversas matérias e entrevistas em arquivos de áudio. Vale a pena conferir!

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Sobre os blogs, que começaram a ser utilizados como diários pessoais online e hoje formam um universo rico em conteúdo e diversidade, Medeiros explicou que através deles o leitor também pode se transformar em produtor de conteúdo (1ª lei) e disponibiliza-lo nas redes telemáticas (2ª lei) provocando transformações na mídia impressa, por exemplo, que hoje é também pautada pelas discussões na blogosfera (3ª lei). A rede de blogs na Internet é uma das mais populares do mundo e é o espaço mais usual para se fazer contraponto à mídia clássica de massa e a censura política, como cita Lemos em seu artigo.

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Discutimos as caracterísitcas da cibercultura também nas redes P2P (peer to peer), que possibilita a troca de arquivos de diversos formatos entre indivíduos que compartilham um determinado software numa rede telemática. O primeiro programa a proporcionar esta troca, segundo Medeiros, foi o Napster, que deu início a uma série de transformações na indústria fonográfica ainda no ano de 2000, quando começou a se popularizar

Sobre o napster

Por último, Medeiros trouxe à discussão os software livres, que são desenvolvidos em caráter colaborativo (1ª lei), possuem códigos abertos nas redes telemáticas (2ª lei) e estão provocando uma reconfiguração na indústria dos softwares pessoais (3ª lei).

Em sua explanação, Medeiros deixou de abordar a arte eletrônica, mas André Lemos deixa claro em seu artigo, que este é um dos principais expoentes da cibercultura, visto que este fazer artístico também é aberto e colaborativo. È a partir deste novo contexto da cibercultura remix que surgem, por exemplo, a web-art e as instalações interativas.

O texto de André Lemos apresenta uma série de dados de pesquisas realizadas em 2005 sobre a expansão destes produtos da cibercultura remix e aponta para uma realidade que continuamos construindo, onde as pessoas são estimuladas a produzir, distribuir e reciclar conteúdos digitais.

Grupo 7

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