Surplus_Comentário do grupo 6
Surplus é o tipo de documentário que chama à atenção não só pela temática abordada, como também, pela forma como foi produzido. Utilizando o formato de videoclipe, Gandini consegue, com bastante propriedade, comparar estilos de vida de pessoas que vivem em regimes econômicos completamente diferentes, e por isso possuem costumes antagônicos, e nos mostrar o quanto somos controlados pela estrutura econômica do país que moramos, seja ele capitalista ou socialista.
O controle no sistema capitalista, que nos dá a ‘enorme’ liberdade de comprar um produto A ou B, é uma necessidade para a manutenção do mesmo. Segundo Gilles Lipovetsky, em O império do efêmero (p.155 a 183), existem três operações que regem a lógica do consumo: a sedução, que se situa no nível retórico das decisões sobre a técnica, como a publicidade, o design e o marketing; o efêmero, que sustenta o ciclo de consumo, com os produtos feitos para serem quase descartáveis, com as pseudo-novidades, como o celular com duas câmeras, por exemplo, ou com os gadgets, totalmente dispensáveis; e a diferenciação marginal.
A associação da técnica com o capitalismo, sobretudo no século XX, só fez incentivar ainda mais o consumo. Consequentemente, a imagem da técnica moderna também vai se desgastando, já que essa associação é responsável por alguns problemas como: o desemprego, as desigualdades sociais e a competição.
Quanto mais tecnologias surgem, mais as pessoas compram e com isso a fábrica produz mais e os lucros também são maiores. Entretanto, as consequências para esse consumo desenfreado são desastrosas; a começar pela destruição de todo o meio ambiente, além disso, a posse ou não de determinadas tecnologias classificam um individuo como pertencente ou excluído de um grupo social, ou uma nação inteira como avançada ou atrasada tecnologicamente, gerando o que Orozco-Gomes chama de destempos ( a não assimilação cultural do desenvolvimento tecnológico por conta de sua rapidez), em seu texto Comunicação social e mudança tecnológica.
De acordo com o documentário, no sistema socialista o controle pelo consumo também existe, através de rigorosa fiscalização sobre o que é e quanto será consumido. Produtos estrangeiros quase sempre são barrados e, muitas vezes, vive-se de modo tão isolado que é estranho para nós, que vivemos naturalmente sobre as diversas possibilidades de deslocamentos virtuais (ou não), visualizarmos e compreender os costumes dos cubanos mostrados no documentário. Por outro lado, as descobertas técnico-científicas independem de interesses econômicos ou são menos influenciados por eles, diferentemente de uma cultura capitalista.
A impressão que se tem após assistir ao vídeo, é que Gandini não se contentou apenas em falar sobre consumo, e sim que, através do uso, muitas vezes, exagerado de efeitos, ele quis mostrar um pouco do que acontece, quando a sociedade passa a ser movida pelo consumismo desenfreado. Em nenhum momento, aparece alguém com uma atitude considerada “normal”, que seria a de consumir, mas de uma forma consciente. Como se só existissem dois caminhos a seguir: o de quem é contra o consumo, e o de quem não vive sem ele.
O controle no sistema capitalista, que nos dá a ‘enorme’ liberdade de comprar um produto A ou B, é uma necessidade para a manutenção do mesmo. Segundo Gilles Lipovetsky, em O império do efêmero (p.155 a 183), existem três operações que regem a lógica do consumo: a sedução, que se situa no nível retórico das decisões sobre a técnica, como a publicidade, o design e o marketing; o efêmero, que sustenta o ciclo de consumo, com os produtos feitos para serem quase descartáveis, com as pseudo-novidades, como o celular com duas câmeras, por exemplo, ou com os gadgets, totalmente dispensáveis; e a diferenciação marginal.
A associação da técnica com o capitalismo, sobretudo no século XX, só fez incentivar ainda mais o consumo. Consequentemente, a imagem da técnica moderna também vai se desgastando, já que essa associação é responsável por alguns problemas como: o desemprego, as desigualdades sociais e a competição.
Quanto mais tecnologias surgem, mais as pessoas compram e com isso a fábrica produz mais e os lucros também são maiores. Entretanto, as consequências para esse consumo desenfreado são desastrosas; a começar pela destruição de todo o meio ambiente, além disso, a posse ou não de determinadas tecnologias classificam um individuo como pertencente ou excluído de um grupo social, ou uma nação inteira como avançada ou atrasada tecnologicamente, gerando o que Orozco-Gomes chama de destempos ( a não assimilação cultural do desenvolvimento tecnológico por conta de sua rapidez), em seu texto Comunicação social e mudança tecnológica.
De acordo com o documentário, no sistema socialista o controle pelo consumo também existe, através de rigorosa fiscalização sobre o que é e quanto será consumido. Produtos estrangeiros quase sempre são barrados e, muitas vezes, vive-se de modo tão isolado que é estranho para nós, que vivemos naturalmente sobre as diversas possibilidades de deslocamentos virtuais (ou não), visualizarmos e compreender os costumes dos cubanos mostrados no documentário. Por outro lado, as descobertas técnico-científicas independem de interesses econômicos ou são menos influenciados por eles, diferentemente de uma cultura capitalista.
A impressão que se tem após assistir ao vídeo, é que Gandini não se contentou apenas em falar sobre consumo, e sim que, através do uso, muitas vezes, exagerado de efeitos, ele quis mostrar um pouco do que acontece, quando a sociedade passa a ser movida pelo consumismo desenfreado. Em nenhum momento, aparece alguém com uma atitude considerada “normal”, que seria a de consumir, mas de uma forma consciente. Como se só existissem dois caminhos a seguir: o de quem é contra o consumo, e o de quem não vive sem ele.
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