Wednesday, May 27, 2009

Comentário sobre o vídeo Surplus grupo 11.


O vídeo é enfático na questão do consumo, ou melhor, nas conseqüências que a sociedade do consumo produz no homem. Sensação de vazio, desejo inebriante de consumir. Na reunião anual dos lideres do G8, uma manifestação violenta serve como pano de fundo para a execração virtual desse modelo econômico baseado no consumo.

John Zerzan, que viveu durante anos vendendo o sangue (estranho jeito de ganhar dinheiro) e acabara de lançar um livro que defende a destruição da propriedade material. Para Zerzan, violência mesmo é a submissão das pessoas ao trabalho, acrescentamos ainda a coerção que a sociedade tem sobre os indivíduos, para que usem roupas da moda, comam mac lanche feliz, enfim. Ações violentas são o único meio de chamar a atenção? Será que as pessoas querem atenção para suas reivindicações? Fica na rede a mesma pergunta de Zerzan: por que as pessoas fazem manifestação, vão as ruas com faixas na mão?

O filme fala de uma estatística muito impressionante, 20% da população utilizam 80% dos recursos naturais. Então todo esforço para redução desse consumo deve se concentrar nos países de primeiro mundo. Nivelar o mundo para reivindicar questões ambientais, parece absurdo, quando não se fez isso na hora de consumir, de dividir o doce. Não é que não se faça isso, mais chegar à Etiópia com esse discurso que temos de reduzir o consumo mundial é no mínimo hipocrisia.

Percebe-se também uma crítica a tecnologia, à suposta liberdade que esta traz para as pessoas. Talvez no campo da comunicação, onde passamos a produzir conteúdo, além de consumir, mas em outras instâncias é preciso procurar muito para encontrar a liberdade. Quando se fala de mercado, a liberdade é zero, ou melhor, acreditamos ter algo que não existe. Não há liberdade de escolha se temos meia dúzia de escolha pra fazer. Zerzan fala disso com muita propriedade, “Nós temos a liberdade de escolher entre a marca A, a marca B, a marca C... É a nossa liberdade”.

Que liberdade é essa, que se norteia pelo desejo de consumir? Nós somos aterrorizados a consumir, como diz Zerzan. O filme faz uma comparação entre o capitalismo e o pseudo-socialismo cubano, conclusão: os dois são um fiasco. É quase a mesma coisa, fica a questão o que seria necessidades básicas para o socialismo de Fidel? E o presidente pedindo para a platéia deixá-lo falar, o tempo está passando, é de se esperar que os cubanos tenham todo o tempo do mundo, capitalistas é que tem de estar sempre correndo contra o tempo.

No inicio o filme é narrado em espanhol, no entanto quando estamos em Cuba, temos a senhora que mostra o cartão de alimentação falando inglês... Cuba na está fora de órbita, em relação ao globalismo-consumismo. Em Cuba o inglês não é idioma oficial.
Tânia é a sensação do vídeo com a lendária música ‘rice and beans’, trilha sonora do filme... Cuba, o país mais democrático do planeta, onde as lojas não têm estoque de produtos, com vitrines quase vazias e a única propagando permitida é a do próprio regime. Quem é feliz, pergunta Zerzan: Steven Ballmer, o showman do development. Nem o jovem de 18 milhões é feliz.

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