Wednesday, May 27, 2009

Mais uma resenha de Surplus!



O documentário Suplus, do diretor sueco Erik Gandini, apresentado em sala trata-se de uma crítica a sociedade do consumo. O filme se inicia em meio ao encontro internacional do G8 em Veneza no ano de 2001, onde assistimos a uma manifestação de pessoas ligadas a grupos de antiglobalização e a movimentos sociais, e que são surpreendidas e agredidas brutalmente pela policia armada, causando morte.

John Zerzan é quem assume o papel de narrador durante o documentário. Na verdade, a sua forma de vida primitivista, que defende a idéia de desindustrialização da sociedade e abandono da tecnologia, vai ser usada como base para a construção comparativa entre os fatos que acontecem no mundo e sua realidade particular.

Para nós, não é que a sociedade não possa consumir nada ou o mundo deva ser socialista, mas a livre arbítrio e o direito de escolha se perdem num universo onde somos constantemente atraídos por produtos cada vez mais sedutores.

O filme segue mostrando os danos gerados ao meio ambiente pelo estilo de vida dos países desenvolvidos. Gandini descreve com clareza as mazelas que o planeta vem absorvendo com a ignorância e a ganância do homem manipulado pelas grandes potências que por sua vez dificultam qualquer possibilidade de se resolver essa tragédia econômica, social e ambiental. O documentário também alerta para as estatísticas assustadoras quando se divulga que o primeiro mundo representa 20% da população mundial e consome 80% dos recursos naturais.

Em comparação entre dos países distintos, tais como o E.U.A. de Bush e a Cuba de Fidel, há uma posição forte em que os dois sistemas, capitalismo e socialismo, se encontram arruinados e não exprimem uma sociedade democrática. Gandini nos coloca em um macro sistema, de poucas escolhas, ou quase nenhuma, ao mostrar que no socialismo de Cuba os acessos por sua vez restritos alimentam a imaginação, causando ânsia de consumo principalmente entre os mais jovens que sonham em descobrir o mundo das possibilidades.

O documentário apresenta uma visão negativa da evolução tecnológica, que se acreditava, ia libertar o homem, diminuindo seu trabalho. Gandini coloca que há uma escravização imposta pela sociedade do consumo que se utiliza dos meios de comunicação de massa.

A visão irônica do vídeo permeia uma discussão mais ampla sobre o capitalismo e o consumismo desenfreado. Mas por trás da visão radical uma questão é levantada. É impossível retornarmos aos tempos onde era um luxo ter cinco vestidos no “quarda-roupas”. A intenção é criar uma reflexão coletiva, afinal precisamos mesmo de tanto?

Enfim é certo que se o mundo continuar produzindo a essa velocidade e consumindo desta maneira, sem pensar no amanhã, nem o socialismo e muito menos as indústrias de consumo conseguirão reverter o quadro que o mundo pode chegar caso as populações não passem a consumir de forma sustentável.

Grupo 3.

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