Monday, April 6, 2009

RESENHA DA AULA DO DIA 02/04/2009

O professor André Lemos iniciou a aula do dia 02/04/2009 comentando sobre ajustes necessários a serem realizados na resenha da aula de quinta-feira anterior (26/03), postada neste blog pelo grupo sete. O professor aproveitou para explicar que teve um dos seus posicionamentos interpretados erroneamente, solicitando que o grupo editasse o post, para evitar uma compreensão deturpada do que havia mencionado em aula.
Lemos prossegue com a aula mencionando que esta seria a última da primeira unidade, portanto, reservaria parte do espaço para uma breve revisão do que foi tratado nas aulas anteriores. Antes de começar a revisão, o professor recomendou a todos os alunos para que os textos indicados fossem lidos, de fato. Afirmou que avaliaria a possibilidade de aplicar prova(s) para testar o conhecimento dos alunos acerca dos textos, caso comprovasse a aparente falta de leitura expressa pela inexistente participação em aula.
Como suporte para a revisão das aulas, André Lemos fez uma retomada dos textos que foram postados no blog, incluindo os das resenhas anteriores. Ao comentar o post intitulado “Rede de Bobagens”, Lemos afirmou concordar com a autora, Virginia Vieira, que dava a entender que considerava a opinião de Andrew Keen uma expressão de um crítico ultra-conservador diante de um veículo novo. Para Keen a internet é um local que só tem características negativas, prejudiciais à cultura.
Ao comentar sobre o post “Google Street View é pivô de separação na Inglaterra”, Lemos revelou que há a possibilidade de que a cidade de São Paulo seja a primeira brasileira a contar com o serviço do Google – que realiza um passeio virtual pelas ruas das cidades. Não se sabe se por gracejo, mas o professor afirmou que o “passeio” na megalópole tupiniquim deveria ser feito de moto, dado o lento trânsito da capital paulista. Lembrou também que o Street View, apesar de ter nascido como um mecanismo para mapear as ruas e retratar o cotidiano das cidades, possibilita novas formas de linguagens artísticas, como a de atores que esperam o carro do Google passar para realizarem performances artísticas diante das câmeras.
Para ilustrar novas possibilidades de intervenções sociais, Lemos cita as “SMART MOB” - mobilização inteligente ou um trocadilho com “máfia” esperta. São manifestações organizadas através de meios eletrônicos, como sms e Twiter.
Chamadas de My self communication (comunicação pessoal de massa).Tais manifestações podem ter um caráter político, uma reação da sociedade contra ou a favor de algo, com estratégias de ataques de enxameamento (rapidamente se junta faz a ação e se dispersa) . As FLASH MOB são as de cunho artístico com o intuito de provocar um distúrbio do cotidiano. Nas INFILTRAÇÕES grupos habitam momentaneamente lugares abandonados como forma de protesto, chamando a atenção das autoridades e da população para problemas locais.
Após tecer comentários sobre o uso das Smart Mob, André Lemos dividiu o estudo da internet em dois momentos, sendo o primeiro o do “upload”, onde as pessoas levavam as suas vidas para o espaço cibernético e o segundo, o do “download” do espaço eletrônico, a busca para trazer para a vida moderna as benesses da tecnologia. O uso da internet não leva as pessoas a deixarem de viver suas vidas. Ao contrário, disse o professor, quanto mais se transitam mensagens, mais se transitam corpos.
André trouxe um dado de que na China os livros mais vendidos são os feitos para celulares. Esse fenômeno é chamado pelos teóricos de HIEROFANIA – palavra de origem grega que significa irrupção do sagrado. Na nossa vida desacralizada refere a pequenos momentos que nos tira do aqui agora. Além dos livros, os orientais recebem através de sms, haikais e koans zen-budistas (formulações desconcertantes que insinuam a verdade suprema, e não podem ser solucionadas pelo raciocínio lógico) possibilitando uma quebra na rotina, uma transcendência momentânea, tirando as pessoas do aqui agora.
Estabelece, a partir daí, uma comparação entre as visões de Jean-Baptiste Debret e de Walter Benjamin (em “A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica” (1936)). Debret afirmava que a cópia aumenta a aura da obra de arte, enquanto Benjamin acreditava que a cópia retirava o caráter artístico da obra de arte.
Sobre o post da blogsfera, Lemos comenta que programas como Google view, maps e earth comprovam que apesar das relações com espaço terem sofrido mudanças com o advento das novas tecnologias, as pessoas não perderam o contato com o espaço-tempo e que não estamos presos a midiasfera. Pelo contrário sempre estamos sendo setorizados por mídias locativas que nos encaixam em zonas de acesso. As redes sociais não são mais comunidades mundiais e sim comunidades com referências restritas a localização de cada usuário.
Para encerrar os comentários dos post’s, Lemos retoma a crítica ao frustrado ex-empresário de tecnologia, dando outros exemplos que põe em terra a afirmação de Keen de que a internet está destruindo a cultura. Para André é um erro pensar que os museus virtuais vão acabar com os reais. Os museus não são apenas as obras de arte em exposição, tem também as experiências estéticas de estar naquele lugar.

Antes tínhamos catálogos nas livrarias e não dizíamos que ali era museu virtual
impresso e que iria acabar com o Louvre. A diferença é que esse catálogo foi
para a internet.” [André Lemos]

O grupo responsável pelo seminário do Texto “Caracterologia da Técnica” (Jacques Elull: 1912-1994), realiza a conclusão do seu trabalho. trazendo uma discussão que remete ao debate sobre a capacidade ou necessidade de o homem frear ou criar mecanismos para que a tecnologia não tome o seu posto de cérebro controlador dos avanços. Ellul defende a atuação mínima do homem nos modos de produção, sendo útil apenas quando as máquinas dão defeitos. Para ele é necessário tirar o homem, pois é dele que nasce o erro. Hoje em dia, quase todas as operações de controle de aeronaves podem ser feitas no piloto automático. Isso ajuda a comprovar que vivemos em um mundo dominado pelas tecnologias, sendo totalmente dependentes. Se os computadores pararem o mundo para.
O grupo termina a apresentação e André arremata afirmando que vivemos a época da dessacralização do homem e a da sacralização da técnica, no qual, a técnica tira todo o imaginário divino do homem que abandona o sacro para divinar a técnica. Não é mais Deus que explica o que acontece no universo e sim a ciência.
Inicia-se então a revisão da unidade dividindo o conteúdo nos seguintes pontos:

  • Surgimento da técnica
  • A história do homem através da produção de artefatos
  • A necessidade humana em comunicar-se.
  • Comunicação pela composição política: clãs, tribos, cidades, facebook, Orkut, etc
    Paradigmas comunicacionais
  • A essência da técnica com Heidegger
  • A partir dos anos 70, para a existência humana todo argumento é científico e a solução é técnica.
  • A evolução das fases da técnica que tiveram implicações na vida do homem. Passamos da técnica do acaso, ligada ao corpo, para a do artesanato, difundida de pai para filho, para a ciência, chamada de essência da técnica moderna por Heidegger.
  • Relações espaço-tempo.

E com a longa chamada encerra-se a aula

Grupo 12

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