TED: Como a Internet permite a intimidade
O recente vídeo acima de Stefana Broadbent do TED discute alguns pontos importantes discutidos em sala de aula neste semestre.
Primeiramente, fala sobre a quantidade de amigos que se tem em redes sociais e programas de mensagens instantâneas e o número real de amigos com quem de fato se conversa. Segundo Stefana, muitas pessoas tem 140 amigos no facebook mas mantêm contato regular com 4 a 6 usuários. Podemos relacionar isto ao modo de funcionamento das redes sociais e o que está em jogo ao formar a "minha comunidade" - o capital simbólico, a formação da nossa imagem para o outro - e como isso se relaciona na comunicação: o suporte (redes sociais e programas de mensagens instantânea) aumenta as probabilidades de interação e comunicação, mas, como é muito difícil de ocorrer e muito improvável, só ocorre com poucos - que, inclusive, acredito que são pessoas com as quais já há interação face-a-face.
Stefana também fala como as tecnologias como webcam e Skype tem sido utilizadas por imigrantes para entrar em contato com a família e crianças. Ela cita o caso de um casal de brasileiros que jantam com a família ao abrir o laptop e ligar a webcam na mesa de jantar, o que se torna um grande evento familiar. Mais uma vez, é um exemplo de como as tecnologias tem permitido o homem a superar o constrangimento espaço-temporal e unido as pessoas, ao invés de isolá-las, como previsto na fase inicial do ciberespaço (chamada fase do upload, segundo André Lemos).
Outro tópico abordado é a divisão cada vez mais permeável entre esfera pública e esfera privada com o uso de celular pelas crianças nas escolas, de programas de mensagens instantâneas, emails pessoais e celular no trabalho (citando o caso de dois amigos que falam entre si regularmente). Além disso, Stefana constata que o acesso a estas tecnologias que permitem estar em contato com o outro está sendo feito de forma massiva e questiona os efeitos do uso em relação a atenção na realização de tarefas no trabalho e nas escolas. Os efeitos dessa "presença privada" em uma esfera pública é preocupante também no caso do exército americano, que usa celulares para manter contato diário com a família, o que pode afetar o equilíbrio emocional necessário. Estas atitudes e situações são reflexo da ubiquidade das tecnologias, que cada vez menos estão presas a um lugar específico (acessar a internet em minha casa) nem a momentos destacados da rotina, mas sim incorporadas no cotidiano.
Por fim, Stefana aborda as iniciativas das empresas em bloquear o acesso a determinados sites e programas como mecanismo de controle social, ou seja, instituições estão tentando determinar o isolamento e os momentos de atenção às tarefas, bloqueando as possibilidades de intimidade no ambiente de trabalho. Isso remete às discussões sobre os mecanismos de vigilância e controle no território informacional. Por ser território, já está explícito que há formas de controles de acesso e trocas informacionais. Acredito que esta questão deve ser pensada nas empresas estabelecendo relação com o impacto na motivação - e também na atenção - quando as pessoas utilizam estas tecnologias. Pois, da mesma forma que pode diminuir a produtividade, elas permitem que as pessoas se sintam melhor (ao saber, por exemplo, que seus filhos estão bem e seguros) durante o horário de trabalho.
Grupo 7
Labels: internet, intimidade, tecnologia, TED
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