Thursday, November 19, 2009

RESENHA CRÍTICA SOBRE AS DUAS AULAS DE JORNALISMO MÓVEL DE F. FIRMINO.

Nas duas aulas acerca do jornalismo móvel (nova forma de se fazer jornalismo a partir do uso das facilidades tecnológicas móveis atuais) de terça-feira (dia16/11) e quinta-feira (18/11), Fernando Firmino, doutorando nessa área, teceu considerações acerca das novas perspectivas que se tornam disponíveis para a prática do jornalismo através da incorporação dessas tecnológicas. Tal fato fez com que algumas antigas e tradicionais práticas do jornalismo fossem alteradas, a exemplo das redações. No jornalismo móvel, as redações dos jornais deixam de ser a figura central do fazer - jornalístico, mas, sim, o repórter, que de certa forma munido das tecnologias móveis passa a constituir-se ele próprio enquanto uma redação interativa e que se locomove. Logicamente, a questão da qualidade da notícia entra em foco quando se pensa no novo jornalismo móvel. Mas os avanços da técnica e da ciência têm feito com que haja cada vez menos diferenciações qualitativas entre o jornalismo realizado dentro das tradicionais redações de jornais impressos e aquelas feitas nas ruas pelo repórter em mobilidade, a exemplo da qualidade das imagens gravadas. Uma integração que, também, se deve fazer possível aí e é, segundo a explanação dada por Firmino, aconselhável, é aquela do uso concomitante das antigas redações e o do novo jornalismo móvel. Outra diferenciação tecida em sala de aula foi acerca da diferenciação entre o profissional jornalista multimídia e o profissional jornalista móvel. Aquele é o repórter que faz uso das novas tecnologias para a prática da sua profissão permanecendo ainda trabalhando nas redações e totalmente adaptado a elas etc., este é o jornalista que exerce sua profissão em mobilidade, deslocando-se sempre, sem a necessidade da existência de uma redação para assessorá-lo no seu exercício profissional. Firmino apresentou, ainda, uma tipologia tripartida entre o jornalismo móvel, o jornalismo locativo e o jornalismo em redes sociais. Outros conceitos mencionados por ele em sala de aula relacionados diretamente com o novo jornalismo móvel foram o de “Cultura da mobilidade”, “Paradigma da mobilidade”, backpack, jornalismo de bolso, imprensa móvel, jornalismo digital móvel, jornalismo de notícia móvel etc. Por fim, achamos que as duas aulas fora bem salutares para as discussões praticadas ao longo do semestre na disciplina de Comunicação e Tecnologia, pois se pode conferir e compreender como os surgimentos dessas mesmas novas tecnologias vêm alterando as diversas formas de comunicação massiva na contemporaneidade, notadamente no que tange à comunicação jornalística. Pois, se antes era necessário toda uma estrutura burocrática tanto física (as redações) quanto em termos dos recursos humanos (o editor-chefe, o subeditor, o revisor etc.) para a prática jornalística, agora o jornalismo parece caminhar para se tornar cada vez mais imediato e instantâneo. Vale mais uma vez ressaltar que devemos pensar sobre o teor qualitativo dessas novas notícias “forjadas” (no sentido de que são tiradas do anonimato de todos os fatos para tornarem-se noticiais) no âmbito do jornalismo móvel, já que um dos preços que a velocidade da transmissão possa vir a cobrar é justamente aquele da diminuição da capacidade de apuração, averiguação e checagem dessas mesmas informações transmitidas como fatos reais.

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