Sobre jornalismo e mobilidade: resenhas das aulas de Fernando Firmino
Firmino iniciou sua explanação, no dia 17 de Novembro, abordando conceitos base para o entendimento da cibercultura e para o Jornalismo Móvel Online mais especificamente. Estabeleceu a distinção entre hardware, software e aplicações ou aplicativos explicando que enquanto os primeiros se configuram como dispositivos físicos, palpáveis, os segundos são os sistemas base dos dispositivos (como o Windows ou Linux ou qualquer sistema sobre o qual se baseia o funcionamento de um celular) e, por fim os aplicativos são extensões desenvolvidas por terceiros, gratuitas ou não, que aperfeiçoam o uso das novas tecnologias.
“Se alguém cria um blog e quer sincronizar suas atualizações no celular com o site pode se utilizar de aplicações. Especialmente se quiser que o material produzido entre numa seção específica do site”, explicou Firmino.
Conforme essas novas tecnologias se estabelecem, surgem paralelamente novas estratégias de produção, distribuição e veiculação dos produtos. De acordo com o pesquisador, as figuras intermediárias entre o repórter e a produção dos materiais de áudio, foto e vídeo estão de alguma forma sendo ameaçadas. Segundo ele, surge nessa nova estratégia o repórter multimidiático que tira fotos, faz vídeos e bloga em tempo real, além de escrever o texto, fazer a edição do vídeo ou tratamento de imagens se utilizando de dispositivos portáteis como versões mais leves do Photoshop e Corel Draw.
Apesar de fazer uma analise crítica desse fenômeno e procurar problematizar as novas relações trabalhistas que estão surgindo desse modelo, Firmino reconhece a validade dessa nova práxis notadamente em reportagens especiais, aquelas que realmente necessitam das novas tecnologias, ou em coberturas emergenciais (inesperadas). Para nós, seria proveitoso talvez acrescentar outra modalidade a essas: o “jornalismo participativo” (que fornece uma produção considerável de vídeos e fotos produzidos por qualquer um que se disponha a participar voluntariamente do processo).
O principal local em que Fernando Firmino pesquisou o uso do jornalismo móvel multimídia foi, até o presente momento, o Jornal do Comércio (JC), em Recife. Sua pesquisa ainda continua em desenvolvimento. Um aspecto importante do seu trabalho é problematizar as questões trabalhistas que recaem sobre esse novo profissional multimidiático. De acordo com uma repórter do JC entrevistada por Firmino, os outros repórteres têm obrigação de filmar, trazer o material, editar e escrever a matéria. Ela conta que já conseguiu inclusive filmar com uma mão e escrever com a outra ao mesmo tempo. Mas, pouco depois admite “acredito que se perde sim a sensibilidade jornalística. Para mim o cenário ideal é que haja vários jornalistas, produzindo vídeo, apurando e cuidando da transmissão”.
Fernando Firmino continuou no dia 19, explanando os conceitos da área e explicando algumas terminologias já que, segundo ele, muitos teóricos adotam terminologias próprias. Perpassando por conceitos de Cultura da Mobilidade (SANTAELLA,2007) ou Paradigma da mobilidade (BUSCHER, URRY, 2009).
Para o professor existem diferenças básicas nas tipologias mais utilizadas, o jornalismo móvel, que necessariamente necessitaria de ferramentas também móveis; o jornalismo locativo, que apesar de estar fora das redações poderia estar parado, como uma cobertura televisiva; e o jornalismo em redes sociais móveis, que a própria denominação define.
Ele ainda explanou sobre as diferentes nomenclaturas atribuídas aos jornalistas em situação de mobilidade, como Backpack (STEVENS, 2002), Jornalismo de Bolso (PELLANDA, 2006) e Imprensa móvel (FERREIRA, 2007). Além de dar uma lista para guiar-nos nas diferentes ferramentas que podemos utilizar a fim de fazer jornalismo móvel.
Grupo 3
1 Comments:
Fernando, foi o meu professor na Universidade Estadual da Paraíba na disciplina de Novas Tecnologias.. Um cara genial. E agoratô aqui pesquisando textos para minha mono, rs. E com grande satisfação encontro esse texto sobre sua palestra.
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