Monday, November 23, 2009

Resenha da aula do dia 19/11 – O Paradigma da mobilidade e o jornalismo de bolso

Na última quinta, o professor Fernando Firmino, orientando de doutorado do professor André Lemos, utilizou a aula para fazer uma análise de como a evolução tecnológica dos hardwares influi na relação de produção, recepção e emissão de notícias. “Mobilidade” – assim como ocorreu com o termo “interatividade” – virou uma palavra da moda. Os estudos dos efeitos dos dispositivos móveis vêm ganhando espaço e visibilidade nos últimos anos. Tipologias como “Jornalismo Móvel”, “Jornalismo Locativo” e “Jornalismo de redes sociais móveis” passaram a fazer sentido a partir da configuração e consolidação desse cenário. As tecnologias passaram a ser utilizadas em prol dessas tipologias e, com a evolução técnica e possibilidade de um maior acesso da população a esses aparatos, os estudos da comunicação de massa tiveram sua rota desviada.

Em 1995 esses estudos, que estavam voltados pra o rádio, TV e o jornalismo impresso, passaram a levar em consideração os efeitos das tecnologias móveis. Os estudiosos passaram a realizar uma interface entre as nossas e as velhas mídias para entender o contexto que se formava. Assim como os estudos, a relação entre a produção jornalística e a recepção dos usuários também foi alterada pela evolução tecnológica. Antes os dispositivos tecnológicos (gravadores, máquinas fotográficas, máquinas filmadoras, etc.) cumpriam suas funções básicas separadamente, cabendo ao jornalista fazer uso de todos eles para tornar mais dinâmico o seu trabalho. Produção, recepção e emissão se mantinham como etapas distintas no fazer jornalístico.

Atualmente, com o uso do celular, funções como gravar, fotografar, filmar e editar textos e imagens podem ser realizadas utilizando um único dispositivo. No entanto, Firmino coloca que, mesmo antes da difusão do uso do celular, podia-se falar em jornalismo móvel, uma vez que, as agências de notícias usavam telégrafos (e depois satélites) para tornar mais ágil o envio das notícias. O professor firma que a mobilidade física do ao vivo na TV existe, mas é muito mais complexa, pois torna necessário o uso de uma grande aparelhagem, enquanto hardwares como os celulares possibilitam uma mobilidade física concreta.

A popularização e o aperfeiçoamento de dispositivos como o celular possibilitaram que a produção e a recepção de conteúdo pudessem ser feitas simultaneamente – sendo que, ainda hoje, a emissão tem uma importância maior (o que demonstra a relevância das redes). Mas Firmino pondera que essa realidade de mídias móveis ainda não é uma realidade de toda população brasileira uma vez que o acesso à internet pelo celular ainda é um privilégio de poucos – já que as políticas de inclusão digital no Brasil ainda são fracas. Além disso, algumas emissoras de TV – como a Rede Globo – ainda tem receio de utilizar os vídeos provenientes de celular temendo a perda da qualidade da imagem.

Firmino estima que, num prazo de 3 a 5 anos, os vídeos de celular terão uma qualidade compatível com a de câmeras filmadoras utilizadas para a produção de programas televisivos. Mas, ainda assim, em momentos em que a infra-estrutura comunicacional convencional falha – como no “apagão” que ocorreu no nosso país há poucas semanas –, podemos perceber a importância de aparatos técnicos como os celulares para a produção de notícias. Para finalizar, Firmino colocou que a evolução tecnológica facilitou e tornou mais ágil não só a produção de notícias, mas também a confecção e diagramação dos próprios jornais.

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Tuesday, November 17, 2009

Resenha da aula de 17/11 - Jornalismo Móvel

Nesta terça, o professor Fernando Firmino, orientando de doutorado do professor André Lemos, co-orientado pelo professor Marcos Palacios, realizou uma aula expositiva sobre o tema de sua pesquisa, o jornalismo móvel. Em conjunto com a pesquisa, Firmino também desenvolve um blog dedicado ao tema, o Jornalismo Móvel.

Firmino iniciou sua aula falando sobre os softwares que são incorporados aos dispositivos móveis (hardwares), que permitem a produção, a distribuição e o consumo de conteúdo em mobilidade. Entre estes aplicativos, podemos destacar QIK, Seero ou aplicativos para publicação via celular, usados por plataformas como Wordpress (para iPhone e Blackberry) e Twitter. No caso do Twitter, também é possível destacar os usos do Twitpic.

Firmino explicou que o grande diferencial do jornalismo móvel em relação ao tradicional é a possibilidade de produção e distribuição de conteúdos em mobilidade. O uso de dispositivos móveis (netbooks e celulares), que se conectam a redes (wi-fi, Bluetooth, 3G) permite transmissão praticamente imediata de qualquer conteúdo produzido por qualquer pessoa e, no caso do jornalismo móvel, conteúdos produzidos pelos repórteres. Além disso, o jornalismo móvel tem uma enorme facilidade logística: o uso de equipamentos é bastante reduzido, se comparado com o que uma reportagem para televisão demanda, por exemplo. O modelo de transmissão móvel da agência Reuters é um parâmetro interessante para entender melhor como se faz uma transmissão de alta qualidade, utilizando apenas dispositivos móveis. No entanto, não é incomum que jornalistas usem apenas um celular com câmera e que se conecte à internet para fazer reportagens.

A partir das questões sobre velocidade e facilidade logística de transmissão de conteúdos, outro fator interessante que concerne ao Mobile Journalism (MoJo) é seu uso corriqueiro na cobertura ao vivo de eventos, sobretudo aqueles inesperados, como acidentes e tragédias. Porém, muitas vezes não são os jornalistas que iniciam a cobertura. A liberação do pólo emissor no ciberespaço, apontada por André Lemos no artigo Cidade e mobilidade. Telefones celulares, funções pós-massivas e territórios informacionais, favorece a colaboração das pessoas que estão do lado "de lá" da rotina jornalística. A primeira foto do acidente do avião que caiu no rio Hudson, em Manhattan, foi tirada por celular e enviada quase que instantaneamente para a rede, através do Twitpic. Aqui em Salvador, cidadãos também utilizaram celulares para trocar mensagens via Twitter e se informarem dos problemas da cidade, em um chuvoso e caótico dia de maio. Apesar de a qualidade das imagens feitas no celular não serem tão boas, se comparadas com as imagens de televisão, isso nem sempre é o fator mais importante para determinar o que merece atenção jornalística. Para a editora do setor online do Jornal do Commercio, de Recife, em vídeo exibido pelo professor, muitas vezes o que importa é o fato jornalístico, e a exclusividade de algumas imagens as torna mais procuradas pelo público.

Eventos festivos, como o carnaval, também já funcionaram como palco de experiências do jornalismo feito através de celulares. Firmino mostrou parte de sua pesquisa, no JC, que fez uma cobertura minuto a minuto do carnaval pernambucano através do CoverItLive, com imagens enviadas das ruas diretamente de cinco celulares. Por sua vez, o carnaval baiano também foi coberto através de celulares pelo A Tarde Online. Ambas as corporações tem portais com conteúdo dedicado exclusivamente a celulares: o JC Mobile e o Mobi A Tarde.

As tecnologias digitais móveis também vem reconfigurando os aspectos trabalhistas. No âmbito do jornalismo móvel, o repórter está cada vez mais tempo fora das redações dos meios de comunicação. Fernando explicou que hoje os repórteres não precisam mais voltar à redação para finalizar e publicar suas matérias: muitas vezes eles fazem todo o trabalho e o enviam para seus editores do local em que fizeram a reportagem. Firmino explicou, com a ajuda da entrevista feita ele com a editora do JC Online, que é prática comum no jornalismo móvel que o repórter seja uma espécie de "faz-tudo". Apenas um repórter tem o dever de fazer toda a cobertura (texto, fotos, vídeos, áudios e edição de todo o material), o que acaba por restringir a oferta de vagas de trabalho e até mesmo sobrecarregar um único trabalhador.

No fim da aula, Firmino fez uma importante ressalva. Apesar de utilizar conteúdo multimidiático, o jornalismo móvel é diferente do jornalismo multimídia. Este último apenas utiliza a narrativa hipertextual, prescindindo da conexão instantânea com a internet. O jornalismo móvel só existe a partir do momento em que a produção e a distribuição dos conteúdos ocorrem através das redes.

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Wednesday, March 4, 2009

Aula de Quinta

Caríssimos alunos,

Como vocês sabem, a aula da próxima quinta, dia 05, será com o prof. Fernando Firmino sobre Jornalismo e Mobilidade. Vocês podem ver um pouco do trabalho do Fernando no seu blog, Jornalismo Móvel.

Boa aula a todos (as).

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