Saturday, May 30, 2009

Wikipedia proíbe Cientologia de editar artigos no site

"A Wikipedia proibiu a Igreja da Cientologia de editar qualquer artigo relacionado a essa religião na enciclopédia colaborativa on-line, como medida punitiva para uma série de edições controversas que vinham sendo publicadas sobre a igreja. A punição surpreende por vir de uma companhia que se orgulha de ser aberta e inclusiva."

Fonte: G1

É importante notar a interferência de cima para baixo numa ferramenta que se pauta pela contribuição livre e diversa. Óbvio que muitos verbetes terão visões distintas, ainda mais trantando-se de assuntos religiosos, quando a enciclopédia pretende-se científica, porém, acho que não cabe a decisão de intervir com veto à expressão de qualquer opinião sobre qualquer assunto e o caso é singular e talvez abra precedentes mais graves de regulação em mídias colaborativas.

Grupo 9

Friday, May 29, 2009

Aulas

Caríssimos (as)

Calendário das proximas aulas:

02/06 - aula normal
04/06 - NÃO HÁ AULA
09/06 - Aula sobre Cibercultura Remix com Macello Medeiros

Thursday, May 28, 2009

SURPLUS

Surplus, uma produção de 2003 do diretor Erik Gandini, traz a temática do consumismo exacerbado resultante do capitalismo. Inspirado nas radicais idéias do primitivista John Zerzan, o filme se utiliza da linguagem do vídeo clipe com inserção de loops e repetições de frases e palavras para referir-se ao capitalismo, ao mundo da propaganda e do marketing capitalista, fazenda da associação do som e da imagem, um elemento de destaque na abordagem do tema.

Com as idéias de Zerzan, um defensor da idéia de que os problemas da humanidade só serão sanados com a desindustrialização da sociedade e com o abandono da tecnologia, o documentário ironiza os efeitos do consumismo, intercalando a entrevista de Zerzan com a apresentação de outros "personagens". Um americano de classe alta, insatisfeito com a "facilidade" das coisas, uma cubana vislumbrada com o cosumismo europeu e um apaixonado funcionario de uma grande corporação (ridicularizando seu "amor" exacerbado pela empresa), mostrando estes como filhos dos equívocos do sistema. O rítmo construído pela edição de som e imagem acentua ainda mais o tom irônico.

O documentário traz uma idéia anticapitalista bem mais radical do que se costuma ouvir costumeiramente, que apesar de parecer absursda a priori, torna-se interessante pela escolha da linguagem e a ousadia da crítica.

Grupo 2

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Wednesday, May 27, 2009

Surplus_Comentário do grupo 6

Surplus é o tipo de documentário que chama à atenção não só pela temática abordada, como também, pela forma como foi produzido. Utilizando o formato de videoclipe, Gandini consegue, com bastante propriedade, comparar estilos de vida de pessoas que vivem em regimes econômicos completamente diferentes, e por isso possuem costumes antagônicos, e nos mostrar o quanto somos controlados pela estrutura econômica do país que moramos, seja ele capitalista ou socialista.

O controle no sistema capitalista, que nos dá a ‘enorme’ liberdade de comprar um produto A ou B, é uma necessidade para a manutenção do mesmo. Segundo Gilles Lipovetsky, em O império do efêmero (p.155 a 183), existem três operações que regem a lógica do consumo: a sedução, que se situa no nível retórico das decisões sobre a técnica, como a publicidade, o design e o marketing; o efêmero, que sustenta o ciclo de consumo, com os produtos feitos para serem quase descartáveis, com as pseudo-novidades, como o celular com duas câmeras, por exemplo, ou com os gadgets, totalmente dispensáveis; e a diferenciação marginal.

A associação da técnica com o capitalismo, sobretudo no século XX, só fez incentivar ainda mais o consumo. Consequentemente, a imagem da técnica moderna também vai se desgastando, já que essa associação é responsável por alguns problemas como: o desemprego, as desigualdades sociais e a competição.

Quanto mais tecnologias surgem, mais as pessoas compram e com isso a fábrica produz mais e os lucros também são maiores. Entretanto, as consequências para esse consumo desenfreado são desastrosas; a começar pela destruição de todo o meio ambiente, além disso, a posse ou não de determinadas tecnologias classificam um individuo como pertencente ou excluído de um grupo social, ou uma nação inteira como avançada ou atrasada tecnologicamente, gerando o que Orozco-Gomes chama de destempos ( a não assimilação cultural do desenvolvimento tecnológico por conta de sua rapidez), em seu texto Comunicação social e mudança tecnológica.

De acordo com o documentário, no sistema socialista o controle pelo consumo também existe, através de rigorosa fiscalização sobre o que é e quanto será consumido. Produtos estrangeiros quase sempre são barrados e, muitas vezes, vive-se de modo tão isolado que é estranho para nós, que vivemos naturalmente sobre as diversas possibilidades de deslocamentos virtuais (ou não), visualizarmos e compreender os costumes dos cubanos mostrados no documentário. Por outro lado, as descobertas técnico-científicas independem de interesses econômicos ou são menos influenciados por eles, diferentemente de uma cultura capitalista.

A impressão que se tem após assistir ao vídeo, é que Gandini não se contentou apenas em falar sobre consumo, e sim que, através do uso, muitas vezes, exagerado de efeitos, ele quis mostrar um pouco do que acontece, quando a sociedade passa a ser movida pelo consumismo desenfreado. Em nenhum momento, aparece alguém com uma atitude considerada “normal”, que seria a de consumir, mas de uma forma consciente. Como se só existissem dois caminhos a seguir: o de quem é contra o consumo, e o de quem não vive sem ele.

Resenha: A Poética da repetição em Surplus


Grupo 1

Surplus (2003) é um documentário sueco que coloca em evidência o consumo desenfreado das sociedades capitalistas contemporâneas e os problemas gerados pelo excesso da produção em massa no mundo. Seja pelo viés do capitalismo esmagador americano ou pelo socialismo decadente de Cuba, o vídeo dispara crítcas ácidas às patologias sociais de um mundo pautado pelo poder (seja econômico ou simbólico). Para sustentar um discurso tão inflamado, o documentário se divide em blocos regados por músicas e cenas belíssimas… Como em um videoclipe que martela os ouvidos e olhos de seus espectadores.

Pode-se perceber um forte posicionamento crítico quanto aos usos tecnológicos empregados pelos países capitalistas, visando à propaganda política e o estímulo ao consumo. O consumismo e a busca incessante pelo lucro são representados de tal maneira que o indivíduo é reduzido a ser um funcionário da técnica, sendo que os detentores dos meios - os "developers" comandam de forma verticalizada uma grande massa de trabalhadores. Em analogia à máquina capitalista, é apresentado o caso da Cuba socialista. Para poder condicionar sua população ao regime, Cuba opera de maneira inversa em relação ao consumo, controlando-o, mas também se utiliza de técnicas publicitárias para convencer essa população a aceitar este controle.

A estrutura de videoclipe do filme é utilizada de maneira similar ao retratar o capitalismo norte-americano e o socialismo cubano: duas faces de uma mesma moeda, sociedades controladas por uma minoria poderosa e habitada por uma maioria ignorante e massificada. Marcado pela batida minimalista da música eletrônica, por imagens que se repetem e por diferentes discursos com trechos sincronizados, essa poética do loop (imagens e sons repetidos) hiper-amplia um efeito estético de alienação e amplia a idéia de consumo massivo. As imagens do documentário e a maneira como o áudio se encaixa nelas lembram vagamente trechos da forma como os vídeos usados para lavagem cerebral são retratados em filmes das décadas de setenta e oitenta, e os recursos de montagem criam truques até mesmo engraçados, como fazer Fidel parecer estar dizendo "I love this company", frase anteriormente usada por um outro personagem do documentário num congresso da Microsoft.

Sem dúvida, mais do que qualquer outra coisa no documentário, sua construção enquanto obra audiovisual salta aos olhos do espectador de Surplus. As opiniões defendidas pelo documentário, no entanto, são radicais e deixam de notar nuances sobre a sociedade atual. A questão dos meios técnicos manipulados por um grupo privilegiado de detentores de riquezas deixa de lado as apropriações feitas por indivíduos e agrupamentos sociais. Diversas estratégias políticas desenvolvidas por movimentos minoritários, por exemplo, utilizam da Internet como instância organizadora - através de e-mails e listas - e de visibilidade, com o Youtube, os blogs e as redes sociais. Estas últimas, as redes sociais, devemos lembrar que são mídias pós-massivas que permitem participação do usuário reconfigurando seus limites e oferecendo um amplo leque de possibilidades de uso. Portanto, não se tem um irracinal domínio técnico guiando o destino da humanidade. As tradições, a historicidade que contextualiza o indivíduo, não podem ser descartadas como se houvesse a diminuição da liberdade do indivíduo ao ponto dele praticamente se tornar uma máquina por conta de um suposto "impacto tencnológico" - idéia rejeitada por teóricos contemporâneos como Lévy, para quem a técnica só pode ser separada da cultura ou da sociedade através de uma postura analítica típica da modernidade e, portanto, para quem a noção de "impacto tecnológico"
não faria sentido.

Por fim, merece atenção o destaque dado aos argumentos defendidos por John Zerzan, filósofo e escritor anarquista norte-americano. Zerzan defende que, praticamente, deveríamos voltar a uma fase pré-técnica (um “primitismo”) como se essa fosse a solução para a humanidade e suas patologias socioculturais. Essa idéia partilha de uma visão da técnica como algo externo e dominador na vida humana o que segundo autores como Pierre Levy não seria verdade, pois “o homem é desde sempre técnico,” ou seja, a técnica está intimamente ligada a aspectos sociais e culturais. Segundo Heidegger, o homem é “estranho” à natureza e precisaria “construir para habitar,” logo fica claro como o argumento “anti-técnica” levantado por Zerzan no documentário não se sustenta.

Surplus: Terrorized Into Being Consumers

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Mais uma resenha de Surplus!



O documentário Suplus, do diretor sueco Erik Gandini, apresentado em sala trata-se de uma crítica a sociedade do consumo. O filme se inicia em meio ao encontro internacional do G8 em Veneza no ano de 2001, onde assistimos a uma manifestação de pessoas ligadas a grupos de antiglobalização e a movimentos sociais, e que são surpreendidas e agredidas brutalmente pela policia armada, causando morte.

John Zerzan é quem assume o papel de narrador durante o documentário. Na verdade, a sua forma de vida primitivista, que defende a idéia de desindustrialização da sociedade e abandono da tecnologia, vai ser usada como base para a construção comparativa entre os fatos que acontecem no mundo e sua realidade particular.

Para nós, não é que a sociedade não possa consumir nada ou o mundo deva ser socialista, mas a livre arbítrio e o direito de escolha se perdem num universo onde somos constantemente atraídos por produtos cada vez mais sedutores.

O filme segue mostrando os danos gerados ao meio ambiente pelo estilo de vida dos países desenvolvidos. Gandini descreve com clareza as mazelas que o planeta vem absorvendo com a ignorância e a ganância do homem manipulado pelas grandes potências que por sua vez dificultam qualquer possibilidade de se resolver essa tragédia econômica, social e ambiental. O documentário também alerta para as estatísticas assustadoras quando se divulga que o primeiro mundo representa 20% da população mundial e consome 80% dos recursos naturais.

Em comparação entre dos países distintos, tais como o E.U.A. de Bush e a Cuba de Fidel, há uma posição forte em que os dois sistemas, capitalismo e socialismo, se encontram arruinados e não exprimem uma sociedade democrática. Gandini nos coloca em um macro sistema, de poucas escolhas, ou quase nenhuma, ao mostrar que no socialismo de Cuba os acessos por sua vez restritos alimentam a imaginação, causando ânsia de consumo principalmente entre os mais jovens que sonham em descobrir o mundo das possibilidades.

O documentário apresenta uma visão negativa da evolução tecnológica, que se acreditava, ia libertar o homem, diminuindo seu trabalho. Gandini coloca que há uma escravização imposta pela sociedade do consumo que se utiliza dos meios de comunicação de massa.

A visão irônica do vídeo permeia uma discussão mais ampla sobre o capitalismo e o consumismo desenfreado. Mas por trás da visão radical uma questão é levantada. É impossível retornarmos aos tempos onde era um luxo ter cinco vestidos no “quarda-roupas”. A intenção é criar uma reflexão coletiva, afinal precisamos mesmo de tanto?

Enfim é certo que se o mundo continuar produzindo a essa velocidade e consumindo desta maneira, sem pensar no amanhã, nem o socialismo e muito menos as indústrias de consumo conseguirão reverter o quadro que o mundo pode chegar caso as populações não passem a consumir de forma sustentável.

Grupo 3.

Resenha - Surplus

O vídeo é bem irônico na forma de abordagem sobre o capitalismo, a emergência de novas tecnologias e a relação entre as pessoas e o consumismo como uma compulsão. Quanto mais se compra, mais se deseja consumir, e muitas vezes sem necessidade. As repetições e remixagens de certas falas, como as de John Zerzan, fazem com que algumas cenas sejam risíveis.

De início, o vídeo parece fazer apologia contra o capitalismo, colocando a fala de Zerzan, condenando o consumismo e acreditando que “a inércia de consumir tem que ser destruída”, já que a “vontade de consumir aterroriza”. No entanto, a idéia de Zerzan, de que é preciso voltar quase à idade da pedra para que os seres humanos perpetuem a espécie de maneira “adequada” é um tanto quanto extrema e impraticável para nossa realidade.

Outro momento do vídeo que passa essa impressão é quando é feita uma metáfora com propagandas televisivas de vendas de produtos, com a idéia de que as corporações querem dominar as pessoas, seres passivos diante da informação. Mas já é possível notar certa ironia com a forma como abordam esse pensamento frankfurtiano.

Surplus ironiza a maneira como Cuba vive com o socialismo através de uma senhora, achando que as necessidades básicas oferecidas são bastante democráticas, e a jovem Tania com seus deslumbres após a visita à Europa. A jovem é um retrato de que o problema do mundo não é, necessariamente, o consumo. A questão está na forma como este consumo está sendo distribuído entre as nações, e na exploração descontrolada dos bens materiais do planeta.

Em um dos momentos mais chocante do documentário são exibidas dezenas de “corpos” montáveis de bonecas e bonecos infláveis, produzidos de acordo com a especificação do consumidor, com o intento de ser o mais próximo possível do real, simulando, para quem pode pagar, a sensação de se estar fazendo sexo com uma pessoa, só que com a sua versão corporal idealizada de homem ou mulher.

Fica óbvio que esta é uma das formas de se criticar o consumismo desenfreado da nossa sociedade, mostrando que vivemos em uma sociedade onde o sexo e os corpos, inclusive os de plástico, são mercantilizados, tratados como objetos de consumo, como uma forma de sobrevivência e prosperidade financeira.

É também criticada no filme a noção de que o investimento em tecnologia começou, nos seus primeiros momentos, como uma forma de se otimizar o tempo que era consumido com o trabalho, para que se pudesse passar mais tempo com a família. Em “Surplus”, no entanto, deixa-se claro que o resultado final foi exatamente o oposto. A tecnologia, de acordo com o documentário, está criando mais barreiras, separando mais as pessoas, inclusive tornando-as atreladas ao trabalho por mais tempo do que antes, já que graças ao celular, e-mail e outras formas de comunicação, muitas vezes o trabalho é levado para dentro de casa.

Uma das melhores cenas do filme é o escândalo, ridículo, diga-se de passagem, do executivo da Microsoft gritando e pulando, quase enlouquecido ao dizer que ama o trabalho dele; tudo isto com o intento de despertar nas pessoas um sentimento de paixão e interesse pelo trabalho delas. O executivo que ganha milhares de dólares vai ter, sem nenhuma dúvida ou questionamento, mais ânimo do que o motorista de ônibus que passa horas no trânsito engarrafado e estressante das grandes cidades brasileiras. O exemplo é somente uma tentativa de aproximar o filme com o nosso dia-a-dia.

Grupo 4

Comentário sobre o vídeo Surplus grupo 11.


O vídeo é enfático na questão do consumo, ou melhor, nas conseqüências que a sociedade do consumo produz no homem. Sensação de vazio, desejo inebriante de consumir. Na reunião anual dos lideres do G8, uma manifestação violenta serve como pano de fundo para a execração virtual desse modelo econômico baseado no consumo.

John Zerzan, que viveu durante anos vendendo o sangue (estranho jeito de ganhar dinheiro) e acabara de lançar um livro que defende a destruição da propriedade material. Para Zerzan, violência mesmo é a submissão das pessoas ao trabalho, acrescentamos ainda a coerção que a sociedade tem sobre os indivíduos, para que usem roupas da moda, comam mac lanche feliz, enfim. Ações violentas são o único meio de chamar a atenção? Será que as pessoas querem atenção para suas reivindicações? Fica na rede a mesma pergunta de Zerzan: por que as pessoas fazem manifestação, vão as ruas com faixas na mão?

O filme fala de uma estatística muito impressionante, 20% da população utilizam 80% dos recursos naturais. Então todo esforço para redução desse consumo deve se concentrar nos países de primeiro mundo. Nivelar o mundo para reivindicar questões ambientais, parece absurdo, quando não se fez isso na hora de consumir, de dividir o doce. Não é que não se faça isso, mais chegar à Etiópia com esse discurso que temos de reduzir o consumo mundial é no mínimo hipocrisia.

Percebe-se também uma crítica a tecnologia, à suposta liberdade que esta traz para as pessoas. Talvez no campo da comunicação, onde passamos a produzir conteúdo, além de consumir, mas em outras instâncias é preciso procurar muito para encontrar a liberdade. Quando se fala de mercado, a liberdade é zero, ou melhor, acreditamos ter algo que não existe. Não há liberdade de escolha se temos meia dúzia de escolha pra fazer. Zerzan fala disso com muita propriedade, “Nós temos a liberdade de escolher entre a marca A, a marca B, a marca C... É a nossa liberdade”.

Que liberdade é essa, que se norteia pelo desejo de consumir? Nós somos aterrorizados a consumir, como diz Zerzan. O filme faz uma comparação entre o capitalismo e o pseudo-socialismo cubano, conclusão: os dois são um fiasco. É quase a mesma coisa, fica a questão o que seria necessidades básicas para o socialismo de Fidel? E o presidente pedindo para a platéia deixá-lo falar, o tempo está passando, é de se esperar que os cubanos tenham todo o tempo do mundo, capitalistas é que tem de estar sempre correndo contra o tempo.

No inicio o filme é narrado em espanhol, no entanto quando estamos em Cuba, temos a senhora que mostra o cartão de alimentação falando inglês... Cuba na está fora de órbita, em relação ao globalismo-consumismo. Em Cuba o inglês não é idioma oficial.
Tânia é a sensação do vídeo com a lendária música ‘rice and beans’, trilha sonora do filme... Cuba, o país mais democrático do planeta, onde as lojas não têm estoque de produtos, com vitrines quase vazias e a única propagando permitida é a do próprio regime. Quem é feliz, pergunta Zerzan: Steven Ballmer, o showman do development. Nem o jovem de 18 milhões é feliz.

Surplus

O consumo e suas diversas facetas são abordados no documentário. Desde as lutas antiglobalização em Gênova, onde manifestantes foram mortos, até a declaração de uma cubana que visitou a Inglaterra e se transformou em um “Homer Simpson”. Não é a toa que declarações de Fidel Castro aparecem em outdoors em high ways americanas e que o discurso de John Zerzan, ativista que prega um retorno ao primitivo, é editado e visto sendo usado por líderes do G8 na época. Ou seja, não existe um padrão de consumo que seja totalmente aceitável.

O primitivismo pregado por Zerzan, não pode simplesmente aparecer de uma hora para a outra. Criticando as novas tecnologias móveis que segundo ele fazem com que as pessoas estejam sempre conectadas com seus trabalhos, seu discurso se encontra com uma fala de Bill Gates. Mais uma vez os padrões de discurso acabam se encontrando em algum ponto do consumo. Só que dessa vez com perspectivas distintas.

Quando o discurso de Fidel e a realidade de sua ilha são mostrados, percebe-se que existe um consumo no mínimo igualitário, mas sem um mínimo de variedade. Beans, rice, rice and beans. Enquanto isso sua compatriota que viajou para a Inglaterra ficou maravilhada com a visão de prateleiras cheias de junk food.

Enquanto Fidel, Bush ou Berlusconi discursam suas palavras são transmitidas por diversos meios. Assim também acontece com o discurso publicitário. Todos os meios estão cheios de propagandas, sejam elas de governos, anunciantes ou de visões do mundo.

Será que a tecnologia fez tanto mal assim? Até agora só o que escrevemos foi seguindo a linha interpretativa que filme apresenta sobre a sociedade. Mas seria possível fazer o próprio filme se não fosse a evolução técnica das coisas? É lógico que é necessário pensar em um consumo responsável como o que, em parte, é feito em Cuba.

Eu acho que se tivéssemos que escolher alguma visão para chamar de nossa, eu sugeriria a de minha avó: nem muito, nem tão pouco. Se for para seguir com o consumo desenfreado que se segue, ou para voltar para as cavernas é melhor começarmos a entender que não é possível abandonar certas conquistas adquiridas com o tempo, mas também é preciso repensar se é possível continuar no mesmo ritmo, sem grandes conseqüências.

Gupo 5

Resenha sobre o documentário "Surplus"


O documentário sueco "Surplus" de 2003 do italiano Erik Gandini traz reflexões a uma série de questionamentos que circundam o atual período da existência humana. Prioritariamente dinâmico, o vídeo apresenta episódios que vão desde manifestações públicas contra a reunião dos 20 países mais desenvolvidos do mundo, G-20, aos discursos de líderes mundiais de diferentes sistemas político-econômicos, passando por depoimentos de pessoas comuns, expondo suas experiências e angústias. O que mais chama a atenção no trabalho desenvolvido por Gandini é que este não tem a pretensão de apresentar soluções fáceis e imediatas para os problemas contemporâneos. Mais do que isso, mostra através de exemplos práticos as estruturas de dois sistemas falidos: o capitalismo e o socialismo. E que a saída para esse impasse recai sobre cada pessoa envolvida nesse processo.

Através de imagens e declarações, o diretor argumenta que as ideologias e aspectos particulares dessas duas organizações governamentais antagônicas pertencem aos mesmos princípios: a manutenção da ordem vigente. Tanto a postura de George W. Bush quanto de Fidel Castro Ruz deixam explícito que não traduzem a idéia de fomentar uma gestão democrática, mas de um governo que padronize o comportamento coletivo, obediente a determinados ditames, sejam estes provenientes de um regime alimentado pelas grandes corporações multinacionais que têm como emblema o consumo desenfreado, sejam estes provenientes de um regime caracterizado por regras que impedem a livre escolha do indivíduo acerca do que virá consumir. Com recursos de edição, Gandini brinca com as falas dos grandes líderes, misturando suas palavras e demonstrando, assim, que tanto o discurso capitalista quanto o discurso socialista apresentam semelhanças estruturais.

Ao dar voz a diferentes cidadãos e através da exposição de experiências particulares, o diretor aponta para a existência das angústias e dos anseios que envolvem o homem. Viver uma vida padronizada independe de essa ser abarcada pelos princípios do consumo ou da distribuição regrada. O homem, em seu desejo incessante de experimentações e desenvolvimentos, se vê atado por sistemas de controle, por formas de dominação que o atrela a uma ordem estabelecida. Mesmo com a idéia de retomar um estilo de vida primitivo, a busca humana pela satisfação de suas necessidades se torna predominante, impossibilitando uma vivência simples e equilibrada. A ironia do diretor ao final do vídeo explicita sua visão pouco esperançosa sobre resoluções viáveis às problemáticas que afligem a humanidade.

Grupo 10

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Resenha do grupo 7 sobre o documentário "Surplus"

O documentário "Surplus" aborda as contradições do sistema capitalista de forma polêmica.
Trata de vários temas relacionados ao sistema do capital, como consumismo, seu consequente vazio emocional, o poder da publicidade e das grandes corporações, o sistema econômico cubano e o impacto da tecnologia no homem.
Em certo momento John Zerzan, crítico feroz do capitalismo, expõe sua ideia a respeito da relação homem/tecnologia.
Zerzan também acredita que as novas ferramentas tecnológicas não libertarão o ser humano de uma cadeia hierárquica regida pelo poder econômico. Segundo ele, essas ferramentas, na realidade, causam um distanciamento social. Podemos fazer uma analogia à ideia de "despoder", desenvolvida por Orozco-Gómez, na medida em que sustenta a hipótese da falsa sensação de liberdade atribúida às oportunidades de produção informacional trazidas pelas novas tecnologias.
Em Zerzan, ao invés de uma oportunidade de agregamento político-social, as ferramentas trariam um afastamento entre os indivíduos, que agora comunicam-se através de aparelhos ligados à rede e menos através do contato físico. Prega o dano à propriedade privada como forma de militãncia realmente capaz de romper o padrão de consumo da sociedade capitalista.
Dessa forma, o vídeo mostra-se como um manifesto contra os níveis de exploração empreendidos pela indústria do capital e a favor de uma conscientização a respeito do excessivo consumismo passivo, o que poderia facilmente cair em um lugar-comum, mas que é tratado no vídeo com uma linguagem criativa.

Resenha do grupo 7

Monday, May 25, 2009

Um pequeno conflito de gerações antes da prova

Estava terminando de estudar para a prova de amanhã (quase hoje), quando fui ver a edição impressa da Folha de S. Paulo, nela um texto do escritor e colunista Rui Castro. É interessante ver o conflito de gerações em torno de algo que para agente é normal. No texto Rui Castro discorre sobre sua aversão a uma rede social que várias pessoas o convidam a fazer parte. Ainda fala do seu medo que os convites sejam vírus que irão atacar seu computador. Se ele estivesse pelo menos uma vez em uma aula do Prof. André Lemos talvez não tivesse tanto receio de fazer uso de mais uma ferramento da internet participativa. Segue abaixo a reprodução da coluna para quem nessa madrugada e início de manhã passar por aqui para revisar alguma coisa.
Boa sorte a todos.

RUY CASTRO

Brincando de Facebook

RIO DE JANEIRO - Há dias venho recebendo mensagens de pessoas convidando a que me registre em algo chamado Facebook para "me tornar amigo" delas. A maioria é de gente que não conheço, nem identifiquei pelo retratinho 3 x 4 que acompanha a mensagem. Como vivo desconfiado quanto às novidades da internet, temo que seja mais uma pegadinha para me plantar um vírus e arruinar o meu, com todo respeito, disco rígido.Mas outras mensagens vêm de amigos próximos e ocasionais, antigos colegas de faculdade ou de jornal e até uma ex-namorada. Como não sabia que estava rompido com algum deles, não entendo por que, de repente, essa ânsia a que eu "me torne amigo" deles. E, no caso, para que me registrar no Facebook? Não basta pegar o telefone ou mandar um convencional e-mail reafirmando a amizade?Não. Estudando melhor a proposta, descubro que, registrando-me no Facebook, posso "manter contato com amigos, partilhar fotos ou criar meu próprio perfil". Eba! Como pude viver até hoje sem essas facilidades? Até então, para "manter contato com amigos", eu tinha de descer do prédio, atravessar a rua e encontrar os ditos amigos na praia ou no botequim. O Facebook me livrará dessas práticas toscas.Em outro parágrafo, o Facebook me convida a "criar uma conta pessoal". Mas adverte que, se eu "estiver aqui para representar uma banda, negócios ou produtos", devo primeiro "criar uma página do Facebook". Aí já não gostei. Não "estou aqui" para representar uma banda, seja o que isso signifique, e evito fazer negócios com amigos que acabei de adquirir no Facebook, mesmo que já sejam íntimos e de outros Carnavais.Se entrar para o Facebook, prometo não representar bandas, nem fazer negócios ou oferecer produtos, e brincar todos os dias de partilhar fotos com meus amiguinhos.

Postado pelo Grupo 5

Friday, May 22, 2009

Surplus


Surplus, documentário sueco de 2003, coloca a vida pautada pelo consumismo em evidência. O vídeo mostra tanto o lado capitalista quanto o socialista da sociedade atual, sem entretanto defender ou apontar para nenhum deles. A mensagem que prevalece é a de que o ser humano tem a necessidade intrínseca de consumir e, ao dar vazão a este consumo de forma desenfreada, está alimentando uma condição insustentável para a humanidade como a conhecemos.

“Trabalhar constantemente e consumir constantemente é loucura. Está destuindo tudo”. É assim que John Zerzan, famoso ativista defensor do anarco-primitivismo entrevistado ao longo da fita, justifica os seus protestos: Ele argumenta que 20% da população consome 80% dos recursos do planeta, o que está levando o planeta ao colapso eminente.

Starbucks, McDonalds, ícones do capitalismo, estes são os alvos preferidos das ações de Zerzan. Para ele a depredação como forma de alerta é o único jeito de mudar as coisas. “Óbvio que eu preferiria ações pacíficas. Ninguém se machuca, nada é perdido e todos saem felizes. Mas não é assim que funciona. Só o afronte consegue a pressão necessária para fazer valer a voz do movimento”. Tyler Durden, no filme Clube da Luta, não sintetizaria tão bem as suas idéias.

Enquanto ativistas quebram o pau com a polícia do lado de fora, dentro do G8 os maiores líderes do capitalismo repetem em uníssoro o discurso do consumo. É engraçado como o documentário coloca todos os chefes de estado para dizerem literalmente a mesma coisa.

Para mostrar o outro lado da moeda somos levados a Cuba. O (até então) líder Fidel Castro discursa para as multidões que seu país é o mais democrático do mundo. Democracia ditatorial, só se for. As cenas mostram que a população cubana recebe uma espécie de tabela com cotas de consumo para os bens essenciais. Como não há concorrência, não há marcas para os produtos. São “eles” que decidem o que a população precisa. De fato, um universo competamente diferente da competição consumista que vemos no resto do planeta.

Mas será que é isso mesmo que o povo cubano quer? Uma garota que acabou de voltar da Europa mostra que não é bem assim. Ainda que não diga isso, fica evidente o fascínio que o modo de vida europeu exerceu na jovem. Burger King, McDonalds, os olhos dela brilham ao falar nessas marcas, contrapondo com o “arroz com feijão” de todos os dias cubano.

Tanto faz se do lado liberalista de bush ou estatal de Fidel, em essência os discursos dos lideres mundiais soam iguais: defender o sistema que os colocou no poder. A conservação do planeta fica em segundo plano frente à necessidade de perpetuar o modo operante vigente.

Em meio a essa visão pessimista e determinista, nos restariam duas alternativas: ou nos juntarmos a John Zerzan na luta pela quebra dos alicerces da sociedade contemporânea, ou pensarmos com boa vontade na possibidade de George Carlin (veja abaixo), no fundo, estar certo.



Grupo 8

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Tuesday, May 19, 2009

Apropriações inadequadas dos simuladores

Como a gente vem discutindo ao longo da disciplina, nenhuma tecnologia é boa ou ruim, tudo depende do uso que o homem fará dela. Associando essa discussão a um dos tópicos debatidos na aula da semana passada, lembramos de dois casos em que a simulação do real não foi bem utilizada.
Antes de anunciarmos quais são os casos, convém relembrar o trecho do texto de Guillermo Orozco Gómez, Comunicação Social e mudança tecnológica: um cenário de múltiplos desordenamentos, ao qual nos referimos: “As simulações de realidade, que, às vezes, são até mais reais do que a própria realidade que simulam, exemplificam a explosão do que podemos considerar a mediação visual nas crenças dos usuários e nos critérios de verdade.”
O primeiro caso, lembrado por nós, em que o uso das tecnologias não foi bem utilizado e indignou telespectadores no mundo todo foi na abertura das Olimpíadas de Pequim. Na cerimônia, as imagens transmitidas pela televisão sofriam inclusões de imagens gravadas dos fogos de artifício anteriormente, pois o céu não estava limpo no dia da abertura dos jogos. A simulação não foi feita por humanos e sim por computadores, além disso, os criadores afirmam que os resultados da máquina foram bem próximos do real.
O outro caso foi o de um homem que roubou um avião e depois de sobrevoar a cidade de Goiânia com a filha de 5 anos a bordo, por duas horas, derrubou a aeronave em um estacionamento de um shopping na capital de Goiás. O rapaz nunca tinha pilotado um avião de verdade, mas, segundo familiares, ele pilotava bem em simuladores. Na internet é possível achar diversos softwares de simuladores, em 3D e sempre muito próximos da realidade.
É claro que devemos ponderar e reconhecer a importância dos simuladores nos processos de aprendizagem, por exemplo, mas isso depende do modo como eles serão usados.

Grupo 6

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Monday, May 18, 2009

Resenha da aula - 14/05

A aula de quinta-feira (14) começou com uma discussão sobre a questão do direito de imagem. A discussão nos recorda a questão do Google Street View no Japão. No país asiático, milhares de queixas fizeram a empresa a refazer determinadas imagens das ruas, já que muitas pessoas reclamaram que o serviço estava invadindo a privacidade. O Google Street View é um serviço de imagens do Google, onde é possível ver imagens de todas as ruas de algumas das principais cidades do mundo. Nos EUA, por exemplo, o Pentágono proibiu a empresa de fotografar nas proximidades de centros militares, alegando que isso seria uma “pontecial ameaça” a segurança.


O professor André Lemos citou o exemplo dos internautas de Fortaleza que através de uma plataforma do Google Maps, produziram mapas com a localização dos diversos buracos provocados pela chuva na cidade. A produção do mapa conta com a participação de twitteiros, blogueiros, entre outros internautas.

A discussão seguinte surgiu depois da notícia que a França irá bloquear o acesso à internet daqueles que fazem download de conteúdo (filmes e música, por exemplo) ilegalmente. André voltou a falar sobre o projeto de lei do Senador Eduardo Azeredo, que quer monitorar o acesso à internet de maneira repressiva.


Resenha do texto

COMUNICAÇÃO SOCIAL E MUDANÇA TECNOLÓGICA: UM CENÁRIO DE MÚLTIPLOS DESORDENAMENTOS

A exposição de Orozco Gómez se divide em três partes: o contexto de partida e reconhecimentos importantes; abordagens de des-ordenamentos, seus atores sociais e suas práticas comunicativas e, por fim, a relação entre esses des-ordenamentos e seus efeitos no campo da educação. Define, então, sua tese: “... muitas mudanças que estamos presenciamos, e que seguiremos presenciando no futuro imediato, no âmbito da comunicação social, não se devem porém ao potencial tecnológico mais recente, (...) mas, sim, à extensa presença das mídias e tecnologias nascidas no modernidade.”

A nova centralidade do midiático na sociedade do conhecimento e a emergência de um complexo ecossistema comunicativo

É preciso compreender que as mídias e tecnologias de informação criadas e desenvolvidas no século passado não estão superadas, aceitável para os defensores de um evolucionismo tecnológico determinista, mas a emergência de novas formas de comunicar não superam ou substituem totalmente as anteriores. Os meios, velhos e novos, coexistem, relacionando-se na construção de ecossistemas comunicativos cada vez mais complexos e isto por seis razões:
1. Cada meio ou tecnologia não supõe a suplantação do anterior porque sua transformação envolve outros fatores, além dos estritamente técnicos ou instrumentais.
2. Cada tecnologia demanda um tempo de aprendizagem e apropriação por parte dos usuários.
3. As tecnologias demandam uma atenção diversificada para gratificar seus usuários e ainda que o uso de determinado meio aumente não significa que o outro caia em desuso.
4. Cada tecnologia atende melhor à satisfação de uma ou mais necessidades que as anteriores, mas não de todas.
5. Cada nova tecnologia provoca outras mudanças subseqüentes, que também requerem reajustes e reacomodações variados por parte dos usuários.
6. Não há poder aquisitivo para acompanhar o desenvolvimento tecnológico que é oferecido no mercado.
Tudo isso implica numa “síndrome de recomposição”, com a incorporação de novas tecnologias, sem abandonar o ponto de partida e sem resultados imediatos, eles demoram a se manifestar porque não está envolvido somente o processo instrumental, mas sobretudo sociocultural.

Multiplicação dos destempos e as práticas comunicativas

“A rapidez do desenvolvimento tecnológico não acompanha a sua assimilação cultural, nem perceptiva, nem tampouco política, mas, sim, mercadológica, já que, como afirmava Raymond Williams, nenhuma tecnologia chega a constituir-se como tal se não for rentável no mercado (1983).”
Uma mudança social e cultural requer um tempo, e a desconformidade entre o desenvolvimento tecnológico e a vida cotidiana constitui-se como destempo, que supõe ajustes e processos de aprendizagem, diretamente dependentes de políticas públicas adequadas, por parte dos Estados e das instituições, para permitir o trânsito de um meio a outro, de uma tecnologia a outra.
Essa superposição de temporalidades culmina numa cultura de colagem, feita de elementos de diversas etapas, numa manifestação visível das interações, adaptações e fusões que diversos setores sociais fazem do novo, do velho, do imprevisível.
As mudanças tecnológicas então supõem não só a renovação da técnica, mas principalmente a transformação de práticas sociais, das quais se destacam dois componentes: a socialidade e a ritualidade. Por socialidade entende-se o conjunto de negociações para o processo de comunicação criar significados, influenciado pela mediação tecnológica, que afeta quase todas as dimensões da vida individual e coletiva. Enquanto ritualidade abrange os hábitos, os comportamentos e modelos ou padrões interiorizados e reproduzidos, muitas vezes, de maneira automatizada, que supõem familiaridade e tempo.
Esses dois elementos são difíceis de serem modificados porque, quanto à socialidade, as opções se ampliam sob a falsa pretensão de liberdade que os novos métodos de comunicação propõem, mas elas se tornam ainda mais centralizadoras e homogeneizantes e a cerca da ritualidade, esse processo pressupõe tempo e as mudanças serão muito lentamente sentidas.

A explosão das mediações

Para a compreensão do atual processo de mediação não se pode aceitar esse conceito como advindo somente dos meios, mas deve-se considerá-lo como um processo estruturante “que provêm de diversas fontes, incidindo nos processos de comunicação”. Isso faz com que as instituições e as novas tecnologias tenham pesos diferentes no processo comunicacional, no qual é dada uma importância desmedida à mediação tecnológica, agregando imagens, textos, sons num único recurso e transformando a mediação em cada vez mais cognoscitiva.
O estímulo da percepção nos processos de comunicação culminou na autolegitimação da imagem, principalmente da imagem em movimento, processo que, unido ao perceptivo, formam os dois maiores des-ordenamentos comunicativos vigentes.


A audiência como cenário e estímulo à emergente formação de redes

Orozco fala que uma das características das sociedades atuais é o fato de terem conquistado audiências variadas e simultânea de vários meios e com diferentes tipos de referências midiáticas e de tecnologias. O autor nos dá três características:
1 - a transformação da estrutura tradicional eram definidos por gêneros, idade e classe social, por exemplo, e hoje a audiência assume um critério mais transversal de segmentação midiática. Assim, o critério da segmentação tecnológica enfatiza o jogo da subjetividade.
2 - ser audiência modifica também o vínculo fundamental entre os atores sociais. O autor cita a mudança acontece tanto no ambiente tradicional (família e amigos), como nas fontes institucionalizadas (governo).
3 - a terceira característica citada por Orozco é o fato de o estar sendo audiência transtorna também os limites espaços-temporais do intercâmbio societário e deslocaliza a participação real dos atores.


Participação Deslocalizadas

O autor fala da apropriação midiatizadas do temporal-histórico e do espacial-situacional, que inibe outras maneiras de participação e inserção cidadã doa atores sociais. Dessa forma, os atores sociais, enquanto audiência, passam a experimentar de maneira insólita o fenômeno tecnológico que os divide em fragmentos ainda mais entrecruzados em suas segmentações.


Transformações Identitárias

O autor fala da erosão pela qual passam as identidades tradicionais. Antigamente, elas eram definidas por aspectos materiais e físicos. Hoje, no entanto, as identidades são constituídas de mestiçagens e hibridações sedimentadas em manifestações e representações, principalmente visuais.
Para Orozco, "talvez um dos fenômenos mais característicos desta mudança de época, em relação, às identidades, não seja nem sua fragmentação nem sua volatilidade, mas, sim, justamente sua centralidade no reconhecimento e, consequentemente, sua cada vez maior dependência dele". Esse reconhecimento só se torna possível porque a mídia com seus recursos visuais permite ter visibilidade.


Desordenamentos educativos

Do ponto de vista das interações com os usuários, a educação possível e desejável dos sujeitos-audiência comporta um alto grau de incerteza. O autor fala ainda que a “instantaneidade das transmissões televisivas, ao mesmo tempo em que transforma a informação em novidade, a esvazia de historicidade”. A dinâmica midiática altera a história, uma vez que as imagens que aparecem nas suas telas não correspondem as imagens reais dos seus acontecimentos.
A geração de um novo tempo, introduzido midiaticamente que não corresponde aos tempos reais, o que contribui para que se perceba a oferta programática como ficção, ou seja, uma ficção ancorada na fantasia.
O “tempo móvel” possibilitado pela tecnologia leva a audiência em um mar de sensações sem projeção temporal. Esta situação tem repercussões no modo como compreendemos a história, o futuro e o modo como estamos inseridos no mundo. Principalmente com as crianças, que passam a ter dificuldades na compreensão do conceito de tempo, de vida e morte real.
Os destempos também se manifestam na comparação com a vida escolar. Horários fixos, turnos determinados, lugares certos. Voltada ao passado e resistente a olhar todo o presente, a escola pública atual vê ameaçado seu futuro e explode diante das novas mídias e dos novos processos comunicacionais. Internet, chats, redes sociais, TV, sem horários fixos, lugares certos, etc.


Mudanças educativas

Entre as fontes de incerteza estão as mudanças provocadas pela mídia e pelas novas tecnologias, as mudança do conceito de autoridade e as mudança do conceito de aprendizagem.
O autor fala, por exemplo, que o quarto em que se usa o computador e/ou a se vê TV se torna um cenário de experiências e aprendizados. Embora virtuais, transformam-se em lições para a vida.
Aquilo que podemos chamar de sociedade da imagem acaba ganhando um maior valor perante a audiência. O que eu vejo, eu acredito (independente se verídico, ou não). Ocorre aí uma mudança das fontes legitimadoras das aprendizagens.


Para uma mudança de paradigma

No último tópico do texto, Orozco fala sobre o processo de aprendizagem. Ele explica que esse processo ocorre por exploração, e não por imitação, como ainda é (em sua maioria) o sistema de ensino atual.
Ou seja, a partir do momento em que as pessoas começam a descobrir essa possibilidade maior de aprendizagem, através de exploração, simulação, os modelos tradicionais começam a entrar em crise. O autor diz ainda que as figuras de razão e autoridade tradicionais perdem força (saber cânone dos professores, por exemplo).
Para Orozco, as instituições educativas ainda não perceberam o poder dessa nova configuração pela qual estamos passando e, com isso, continuam por insistir somente no aspecto instrumental das novas tecnologias.


Publicado pelo Grupo 4

Celulares e a imprensa

Em outubro do ano passado, quando o celular completou 25 anos de existência, a imprensa brasileira noticiou o lançamento de um produto de uma empresa japonesa especializada em videogames. A empresa havia criado celulares que funcionavam também como instrumentos musicais. Um software, responsável pela transformação dos sensores do aparelho, reconhecia os movimentos do "músico" e reproduzia o som do instrumento que foi escolhido.

Assista matéria da TV BRASIL:



Na última semana, mais uma vez a imprensa voltou a se surpreender com algo que já havia noticiado e diversos veículos publicaram matéria sobre um novo software desenvolvido conjuntamente pela KDDI e pela marca Yamaha que transformam os celulares em instrumentos musicais (veja matéria na Isto É).

Mesmo concordando com o cientista responsável pelo desenvolvimento do novo software, ao dizer que "não podemos ignorar os celulares como plataformas de criatividade", não dá para suportar a repetição dos temas e a superficialidade da cobertura jornalística quando as novas tecnologias estão em pauta. De um modo geral, as matérias costumam provocar nos "leitores" as mesmas sensações que os anúncios publicitários provocam.

Grupo 7

Gadgets e o consumo de energia

A crescente venda de gadgets traz preocupação em relação ao consumo de energia. É o que traz a pesquisa da Agência Internacional de Energia, que também afirmou que até 2030 o consumo de gadgets poderá triplicar.

Para quem desconhece o termo, gadget significa “uma gíria tecnológica recente que se refere, genericamente, a um equipamento que tem um propósito e uma função específica, prática e útil no cotidiano. São comumente chamados de gadgets dispositivos eletrônicos portáteis como PDAs, celulares, smartphones, tocadores mp3, entre outros.” (retirado do site Wikipedia)

Uma das soluções apontadas pela pesquisa é que os fabricantes poderiam reduzir o consumo de energia com a produção de processos que economizassem energia dos próprios aparelhos.

Para ler a matéria completa, acessem: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3772055-EI4802,00-Consumo+de+gadgets+pode+triplicar+ate+diz+agencia.html


Grupo 4

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Sunday, May 17, 2009

Pentágono financia pesquisa de telepatia

Trata-se de uma pesquisa militar que, resumidamente, tentará produzir um equipamento que possibilitaria a leitura de pensamento quando ainda não exteriorizado, a partir da visualização de sinais neurais anteriores à ação. Algum equipamento que leria o pensamento de amigos e inimigos para facilitar as ações militares em campo. A pesquisa é desenvolvida pela agência DARPA que inventou a arpanet, precursora da internet.


Como várias investidas militares de comunicação caíram no cotidiano dos cidadãos, vale o registro. Só não sei como esta se encaixaria na vida regular, acho até bastante improvável, quase impossível, já que cairiam ou se transformariam completamente nossos códigos de conduta, além de ser uma violação de privacidade de grau extremo.

A guerra suicida das gravadoras

Excelente artigo de um colunista da Yahoo! Brasil
sobre o fracasso da guerra das gravadoras contra
a distribuição de músicas gratuitas na internet.

"A recente condenação dos quatro jovens responsáveis pelo The Pirate Bay - um site sueco de troca de arquivos na internet razoavelmente desconhecido aqui no Brasil, mas bastante famoso no exterior. Um tribunal de Estocolmo determinou que os caras sejam condenados a um ano de prisão e que também sejam obrigados a pagar US$ 3,56 milhões às gravadoras envolvidas no processo. É claro que os quatro vão recorrer da decisão e levar o caso até a Suprema Corte da Suécia, mas a questão que quero levantar aqui é outra..."

Disponível em:
http://br.noticias.yahoo.com/s/24042009/48/entretenimento-guerra-suicida-das-gravadoras.html


GRUPO 6

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Wednesday, May 13, 2009

Resenha da aula do dia 12/05.

Na última terça-feira, começamos a aula a partir de comentários sobre os últimos posts do blog, o que nos levou a uma pequena, mas interessante discussão sobre Professora Robô, Marketing Viral e Bluetooth, além de sexo virtual (ou cibersexo). A partir de um texto postado aqui no blog, começamos a falar sobre exemplos de cibersexo, que por sinal, assim como lembrou André Lemos, já existe há algum tempo.

Em seguida, a discussão ficou centrada no Minitel, serviço de informação pela rede, que surgiu em 1982, na França.  O sistema se tornou bastante popular no país, onde existe até hoje.

Depois, André Lemos relatou a experiência de realidade virtual presenciada por ele durante um dos períodos que esteve na França. A discussão se estendeu sobre a dualidade entre inteligência humana e inteligência artificial. Foram citados os sistemas Experts, que tentam ser reproduções da inteligência humana. Esses sistemas, supostamente teriam a capacidade de tomar decisões sem a necessidade de um ser humano.  

Antes do início da apresentação do grupo, o professor citou ainda o texto de Bertolt Brecht  sobre o rádio. O que Brecht escreveu sobre o rádio em 1932, pode ser pensando com relação à internet nos dias atuais.

Após este momento, tivemos o início da apresentação do grupo 4.

Guillermo Orozco Gómez nasceu em 1954, em Guadalajara, México. Graduou-se em Ciências da Comunicação e hoje é Doutor em Educação pela Universidade de Harvard. Autor de livros como: Televisión y audiencias, un enfoque cualitativo (1996), La investigación en comunicación dentro y fuera de América Latina (1997),Televisión, audiencias y educación (2001), Recepción y mediaciones, coord., (2002); Orozco dedica-se aos estudos da recepção e da alfabetização audiovisual.

Em “Comunicação Social e mudança tecnológica: um cenário de múltiplos desordenamentos” o autor inicialmente explicita a não extinta (como pensam alguns autores) tensão entre duas perspectivas sempre presentes em suas pesquisas sobre a comunicação. A primeira delas, e a dominante no pensamento comunicacional, é uma visão tecnocêntrica, na qual a tecnologia funciona como a mola propulsora das transformações presenciadas atualmente; e outra sociocêntrica, mais humanística, em que a produção de conhecimento e a compreensão da comunicação partem de re-produções dos atores sociais com os referentes informativos que possuem.

O autor considera que os processos comunicacionais atuais são mais sensoriais do que racionais, isso envolve a nova relação entre cérebro e informação, numa relação diferenciadora com a tecnicidade, que vai além da antiga dicotomia homem-máquina, relação que envolve todos os tipos de linguagem, sonora, visual, escrita e multimídia, criando modalidades híbridas de figuras do saber.

Em seguida, houve discordâncias quanto ao trecho do texto:

“[...] parece-me que hoje assistimos a um crescente despoder social que aumenta geometricamente em sociedades como as latino-americanas, justamente por meio ou através da tecnologia da informação. Um despoder particularmente comunicacional , que desafia as tentativas de fortalecer as cidadanias e tornar possível o desenvolvimento da democracia”

As divergências colocadas em sala, tanto pelo professor, como por alguns colegas, girou em torno da idéia de que, com os novos mecanismos de comunicação propiciados pelas novas tecnologias, a exemplo da internet, das redes, etc, não podemos afirmar que estamos enfrentando uma era de “despoder comunicacional”. Pelo contrário, com o advento destas tecnologias, estamos presenciando uma época onde há um aumento gradual das nossas possibilidades de assimilação, produção e emissão da informação e do pensamento.

No próximo post, continuaremos com o restante da discussão do texto que será feita em sala, assim como a resenha das discussões da aula.

Resenha publicada pelo Grupo 4.