Monday, March 29, 2010

Grupos Temáticos - Com 104 - 2010

Esse ano estamos experimentando um novo formato da disciplina.

Os alunos trabalham em grupo e cada grupo discute, ao longo do semestre, uma temática específica. Essa discussão se dá não mais nesse blog coletivo, mas nos blogs dos respectivos grupos criados para esse fim. Assim, elenco abaixo as temáticas e os blogs dos grupos de trabalho. As atualizações dos blogs podem ser acompanhadas pelo Twitter, pela hashtag #com104

Grupos Temáticos.

Ciberarte - http://ciberartis.blogspot.com/

Cidade Digital - http://urbisdigitalis.blogspot.com/

Cyberbullying - http://discutindociberbullying.blogspot.com/

Games - http://startingame.wordpress.com/

Inclusão Digital - http://www.infoincluso.blogspot.com/

Jornalismo Online - http://furonarede.blogspot.com/

Música e Cibercultura - http://cyber-sons.blogspot.com/

Publicidade e Marketing Digitais - http://pubdigitall.blogspot.com/

Redes Sociais - http://sociedadesvirtuais4.blogspot.com/

Tecnologias e Mobilidade - http://tec-movel.blogspot.com/

Vigilância - http://ciberpanoptico.blogspot.com/

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Wednesday, March 11, 2009

Resenha da aula de Comunicação e Tecnologia - 10.03.09

A aula começou com um já anunciado debate sobre acontecimentos da atualidade relacionados à base temática da disciplina. Esses debates serão recorrentes, realizados no início de todas as aulas ao longo do semestre.

Na exposição dessa terça-feira, o que iniciou o debate foi uma reflexão sobre o uso das câmeras digitais e sua relação com as sociedades contemporâneas. André Lemos destaca que há, na atualidade, uma potencialização vertiginosa no que diz respeito a produção e distribuição de conteúdos informativos. No caso específico da fotografia, os novos dispositivos de captação de imagem facilitam a produção (portabilidade) e se tornam um vetor de comunicaçao social ligado cada vez mais com a circulação da informação, algo que antes era mais restrito ao ambiente familiar, profissional, etc.

As imagens, que tinha sua produção fortemente ligada a rituais sociais solenes, tornam-se, paulatinamente, descartáveis e efêmeras. Ainda assim, continuam sendo socialmente importantes, atualmente funcionando como vetores sociais.

Flickr
e Youtube são dois exemplos de produções sociais circulando de maneira planetária. A popularidade desses dois sites aponta para a valorização da produção e circulação de imagens de diferentes conteúdos e perspectivas (local, global) em detrimento da qualidade. Passa-se a considerar mais a expressão e as situações representadas do que a perfeição técnica dos produtos midiáticos.

Lemos nota ainda que, embora a questão da portabilidade não seja assim tão nova (as primeiras kodaks portáteis inventadas por George Eastman datam de 1888) a facilidade de distribuição global é algo bastante revolucionário se pensarmos a história dos meios de comunicação, e fala numa fase de meios pós-massivos, caracterizados, a saber, por:
- Liberação da emissão: qualquer um pode pode produzir e publicar conteúdo, o que derruba a lógica de que há poucos emissores e muitos receptores.
- Conexão entre pessoas: além da já citada questão da distribuição, pode-se mencionar também a questão da ubiqüidade ("está em um lugar da rede, está em todo lugar")
- Reconfiguração: Lemos aqui exemplifica com o fato de se poder consumir / produzir breaking news ou micro-contos através do Twitter , inicialmente não pensado para isso.

Ele ainda ressaltou que a "inclusão digital" não significa aumentar o número de pessoas com equipamentos modernos, mas ensiná-las a produzir algo com o que já está disponível através de uma inteligência coletiva.

Lemos atentou para um maior consumo de informações fora dos meios tradicionais e massivos de comunicação.

Outro tema discutido no início da aula foi o desuso do e-mail e o crescimento da utilização das
redes sociais como o próprio Twitter , além de Facebook , Orkut, etc.

Ele ainda falou da "vigilância" e de como as investigações são mais fáceis quando se tem várias pessoas fornecendo suas próprias informações em rede (currículos, gostos pessoais, mensagens compartilhadas, endereço etc).

Texto de Pierre Lévy - "O impacto inexistente da tecnologia"



O segundo momento da aula foi voltado à leitura e discussão do texto, que apresenta perspectivas antropológicas, históricas e filosóficas sobre a questão da técnica. Para Lévy, ainda existe um predomínio da visão de técnica como algo exterior, que causa "impactos" na humanidade (colocada como vítima, "alvo" do impacto). O autor irá criticar e desconstruir essa idéia de técnica como algo externo e mostrar que esse impacto não existe, pois a técnica é, ela própria, imbuída de significado cultural e social; constituinte do animal homem.

"O mundo humano é desde sempre técnico", argumenta Lévy, para quem a distinção entre cultura (dinâmica das representações), sociedade (as pessoas, seus vínculos, suas trocas, suas relações de força) e técnica (os artefatos eficazes) só é possível em termos conceituais, e embora haja instituições que se organizam a partir desse corte conceitual, não se pode determinar os limites reais da cultura, sociedade ou técnica.

Essas reflexões deixam claro que - se partirmos de uma perspectiva que a técnica não é algo natural - não se pode, então, considerar o homem como ser natural, pois nossos costumes sempre estiveram imbuídos de técnicas e nosso estar no mundo se dá através de atos artificiosos. Portanto, somos todos artificiais. Como exemplo, nossa ligação com a terra, tida por muitos como natural, se fixou a partir da necessidade de se criar técnicas de enterro dos mortos. Dessa forma, nossa relação de moldar o mundo (artificial) estabeleceu uma relação que é naturalizada e compartilhada pela humanidade.

Quando fala sobre as cibertecnologias, Lévy ainda argumenta que seu desenvolvimento está sim ligado ao poder econômico e estatal, mas também a projetos de idealizadores e usuários, que buscam aumentar a autonomia dos indivíduos e redobrar suas faculdades cognitivas.

Por fim, "Uma técnica não é boa nem má (depende dos contextos), nem neutra (é condicionante de um leque de possibilidades). Não se trata de avaliar os 'impactos', mas de descobrir o irreversível. E decidir o que faremos com ela.", ou ainda "Por trás das técnicas, no meio delas, agem e reagem idéias, projetos sociais, utopias, interesses econômicos, estratégias de poder".

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Monday, March 2, 2009

Programa

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO


DISCIPLINA: “COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIA (COM 104)”
Prof. André Lemos
CRÉDITOS: 3.
HORÁRIO: terça e quinta de 9 às 11h.
FACOM - Sala 10
PERÍODO: 2009.1.

EMENTA.
Estudar a relação entre a tecnologia e a comunicação, visando compreender o fenômeno técnico de forma global, ressaltando suas particularidades no âmbito da comunicação e da cultura contemporâneas. Os principais objetivos da disciplina são:

1. Abordar a questão da técnica na constituição e transformação das sociedades e da cultura.
2. Discutir as principais teorias no campo das ciências da comunicação em sua interface com a tecnologia.
3. Traçar um panorama geral dos aspectos comunicacionais, sociais e culturais das novas tecnologias de comunicação.

AVALIAÇÃO.
O curso terá como avaliação uma monografia final individual (80%) e a participação em sala de aula (apresentação de seminários) e a postagem de resenhas e textos críticos no Blog da disciplina, em pequenos grupo (20%).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA.

Benedikt, M., Cyberspace. First Steps., MIT Press, 1992.
Bennaton, J., O que é cibernética., Brasiliense, 1986.
Bettetini, G; Colombo, F., Las Nuevas Tecnologías de la Comunicación., Paidós, 1995.
Bougnoux, D., Introdução as Ciências da Informação e da Comunicação., R.J., Vozes, 1994.
Breton, P., Une Histoire de l’Informatique., Paris, Seuil, 1990.
Breton, P.., Le Culte de l’Internet., Paris, La découverte., 2000.
Castells, M., The Internet galaxy., oxford press, 2003.
Castells, M., The Rise of the network society., Vol.1., Blackwell, 1996.
Ellul, J. A Técnica e o Desafio do Século., RJ, Paz e Terra, 1968.
Hohlfeldt, A., (et alli.). Teorias da Comunicação., Vozes, 2001.
Johnson, S., Cultura da Interface. RJ, Zahar, 2001.
Lemos, A. Cunha, P., Olhares sobre a Cibercultura., Porto Alegre., Sulina, 2000.
Lemos, A., Cultura das Redes. Ciberensaios para o Seculo XXI., Salvador, Edufba, 2002
Lemos, A., Cibercultura. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea., Porto Alegre., Sulina, 2002.
Lévy, P., Tecnologias da Inteligência., R.J., Ed. 34, 1994.
Lévy, P., O que é o virtual, RJ, ed. 34, 1997.
Lévy, P. Cibercultura., Ed. 34, RJ, 1999.
Luhmann, N., A improbabilidade da Comunicação., Passagens, Lisboa, 2001.
Marcondes Filho., C. Até que ponto de fato nos comunicamos?. SP, ed. Paulus, 2004.
Mattelart, A., Histoire des Théories de la Communication., Paris, La découverte, 1995.
MAttelart, A., História da Sociedade da Informação., SP. Loyola, 2002.
Parente, A., Imagem-Máquina. A Era das Tecnologias do Virtual., Editora 34, RJ, 1996.
Rodrigues, A. Comunicação e Cultura., Lisboa, Editorial Presença, 1994.
Rodrigues, A. Estratégias da Comunicação., Lisboa, Ed, Presença, 1990
Roszak, T., O Culto da Informação., SP, Brasiliense, 1985.
Sfez, Lucien., Critique de la Communiciation., Sueil, Paris, 1992.
Wertheim, M., Uma História do Espaço de Dante à internet., RJ., Zahar., 2001.
Wiener, N., Cibernética e Sociedade., Cultrix, 1973.
Wolton, D., Internet et Après., Paris, Champs Flammarion, 2000.

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